domingo, 29 de setembro de 2013

POEMA Nº 124 - RETALHOS IV

De tudo o que sou e o todo que fui
Sangram palavras vãs
Cálices vazios de vida
Rubro sangue a escorrer
Pela garganta da noite
Que se emprenha de sólidas dores
De sonhos destruídos
Aniquilados
Pela força do inexorável tempo.
Odiado. Temido. Inevitável.
Implacável!


Arquivo: Fanatsia 37


Quero da vida o que mereço
E ela está em débito comigo!
Vou arrancar as minhas prendas
Nem que eu tenha que tirar
Com unhas e dentes
Das entranhas desta droga de vida.
Indubitavelmente!


O silêncio me impera...
Obriga-me ao esconderijo.
Recolho os pedaços que consigo
do que restou. De mim...
Cansada, entrego-me.
Esqueço-me.
Em desadorno perderam-se meus dias.
Se para viver, é preciso morrer,
cem vezes mil ...
Que fazer?
Apressa-te, que a conta poderá ser
o reverso.
Tempo é eterno?
Mera espuma lançada ao vento.


Imagem: Toca da Morgana

Autorias: Lavínia Andrill

Um comentário:

  1. De retalho em retalho, a poetisa vai formando um belíssimo lençol... Retalhos que valem um todo!

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