quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CANÇÃO Nº 080 - COMO DOIS ANIMAIS

POEMA Nº 185 - ACASALAMENTO

Amaram-se em urgências
Em um irrefreável aprazimento
(Mágico, aquele entardecer!)
De entregas e merecimentos.
Amaram-se sem escrúpulos
Sem pudores
Como lobos esfaimados
Arrebatados, em céu de albores
Desbravando mundos, enamorados.
Pálpebras cerradas a meio
Mostravam o adentro às delícias
Numa bem-aventurança de mútuas sevícias
Tal qual bacantes em lascivo devaneio
Volúpias derramadas
Embriaguez dos sentidos
Descontrolados.
Abstratos.
Rendidos.
Em volteios sensuais a fêmea abatida,
Entrega-se ao sacrifício:
Alma carnal...
Morre.
Ressuscita 
Para de novo morrer
Num instante fugaz...
Uma vez mais.
E outra.
E mais.
E mais. E mais. E mais...
Outra vez maissssssssssss...
Amaram-se em urgências
(como animais)!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Casal

domingo, 26 de janeiro de 2014

POEMA 184 - HÁ DE HAVER UMA MULHER!

Há de haver uma mulher
Que me abra as portas
Nas lúbricas horas
Em que me é insone
A álgida madrugada
E despertar-me auroras
Em meu corpo de vãs esperas
E sôfregas quimeras!
Há de haver uma mulher
Que se transmude em magias
E se vista em lirismos
Com sabores dionísicos
E me acolha em seu regaço
Na mais absorta elegia
Arrefecendo-me da lide, o cansaço
Das horas, da noite, do dia!
Há de haver uma mulher
Que me sirva de vinho e amores
Toques de clarins, dobres de sinos
Festejar-me sem fitas nem falsos pudores
A amar-me sem demoras, adentro madrugada
Que seja para mim os primeiros albores.
Há de haver uma mulher. Amada!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 133

TEXTO 006 - TODA MULHER É DOIDA.

Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo?
Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.


Autoria: Marta Medeiros
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 114







quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

POEMA Nº 183 - A ILUSÃO DO AMANHÃ DESENCANTA O HOJE

São-me poucas todas as horas
Nesta efêmera e desatinada viagem
Dias, anos, eras...
Ilusão de um eterno desígnio
- Destino - o que nos espera?
Um amanhã que nunca se alcança
Debalde, o hoje é a dança
Que Cronos nos impõe (e impera!).
O amanhã, eterna miragem,
A nos confundir
- passagem e paisagem -
ontem foi hoje!
Não existe a perfeição sonhada
Eternamente desejada, 
Para um amanhã.
(O amanhã não existe)
Debalde, o hoje,
É o que persiste!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Diversos K

domingo, 5 de janeiro de 2014

CANÇÃO Nº 079 - L'EXCESSIVE - Carla Bruni



Também sou assim: L'excessive!!!!

POEMA Nº 182 - QUEM ME QUISER...

Quem me quiser há de saber as conchas a cantigas dos búzios e do mar. Quem me quiser há de saber as ondas e a verde tentação de naufragar. Quem me quiser há de saber as fontes, a laranjeira em flor, a cor do feno, à saudade lilás que há nos poentes, o cheiro de maçãs que há no inverno. Quem me quiser há de saber a chuva que põe colares de pérolas nos ombros há de saber os beijos e as uvas há de saber as asas e os pombos. Quem me quiser há de saber os medos que passam nos abismos infinitos a nudez clamorosa dos meus dedos o salmo penitente dos meus gritos. Quem me quiser há de saber a espuma em que sou turbilhão, subitamente - Ou então não saber a coisa nenhuma e embalar-me ao peito, simplesmente.



AUTORIA: Hamilton Ramos Afonso 
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias/Fada

POEMA Nº 181 - CANÇÃO PARA A MINHA DOR


sábado, 4 de janeiro de 2014

POEMA Nº 180 - CARNALIDADE

O (im)pronunciável que ouço dos teus lábios
Aquece-me nesta fria madrugada.
A alvura neve brinca
Com o manto escuro da noite. Lá fora.
Aqui, aconchego e acalantos e desejos e encantos. Calor.
Sede e fome nos caminhos do teu corpo. Nu. Meu!
Preenchendo espaços
Fatigando cansaços
Em dança louca - você, em minha boca –
Um no outro. Em vórtices!
Lá fora, a neve.
Treme de frio, a noite.
Aqui, os cheiros.
Invadem pulmões.
Em nós, evanescências,
Fome e sede.
Saciamo-nos.
Deusificamo-nos.
Sublimes!
Sim!
Eu e tu, deuses!
Na mais pura carnalidade.


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Casal 33

POEMA Nº 179 - VAZIA DE PALAVRAS

Cá estou eu,
alucinada(mente).
a espera da palavra
- Que não brota -
Teimosia vernácula
de uma (des)inspiração
de(mente).
Carecem-me
o verbo e seus pretéritos.
Vazia
de substantivos e vozes
- Abstraíram-se -
em minha medíocre(mente).
Nada, além de um teimoso lapso,
Que o tempo me devolveu
Tomou-se em névoas
Embaçando o pensamento meu
E os vestígios das últimas palavras
que se desmilinguiram em nadas
oca(mente)
num surto sináptico
de uma borrasca glacial
que varreu a minha inútil(mente).


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 101

CANÇÃO Nº 079 - METAMORFOSE AMBULANTE - RAUL SEIXAS - (1973)



MEU ETERNO MALUCO BELEZA, SEMPRE METARFOSEANDO! ASSIM COMO EU!

POEMA Nº 178 - TARTAMUDA AMPULHETA (MILAGRE DA VIDA?)

O breve milagre da vida
(E a efemeridade do milagre!)
tremula na ampulheta
a que tudo engole...
Aflita!
(Inclemente!).
- Não há volta no tempo -
Não há.
Apenas as pedras permanecem
Ao longo dos (des)caminhos...
Absortas
(Temporariamente!).
A temporalidade absoluta,
Rainha de toda a vida
- inclusive do que não é.
Tartamuda
 (Indubitavelmente!).
E tudo se cala!
E tudo se transforma!
E tudo recomeça!
O ciclo da vida!
(Morte, existe?)
A vida é o que há!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Diversos/Ampulheta 2


POEMA Nº 177 - SOLSTÍCIOS DE INVERNO (EM NÓS DOIS).

Um espalhar-se de silêncios
Em torno de nós dois
Sílices horas no lapso do tempo.
Absortos,
o espanto e a palavra natimorta,
Que não se mostra,
presa na garganta
(estremecida).
Tempos de carências,
e quietudes,
e solidões.
Solstícios de inverno
(na alma).
Solidão a dois...
(Doença do século?)
Que nos há de ser?
Silêncios...
Palavras natimortas...
Inverneceu em nós!



Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo:Fantasia 126

POEMA Nº 163 - TEUS PASSOS EM DESVARIOS... DOS MEUS,FUGIDIOS!

Teus passos perderam-se dos meus
(Eu, esperas. Sempre!)
Nos descaminhos dos teus
Desvarios.
Desvairados sonhos abstratos.
Teus passos
Distâncias percorridas fingidas.
(Tão fugidios!).
Sombras dispersas em névoas
de silêncios vazios
e tão fluidas promessas
que não pensavas cumprir.
(Jamais!)
Eu, a esperar-te, numa infindável e inútil espera...
Cansaram-se os dias...
(Meus olhos em naufrágios)
Teus lassos passos diluíram-se no labirinto
De nós dois.
Ficou poeira de rastros
em minhas teimosas reminiscências...
Rastros, na poeira dos dias!
Teus passos que nunca chegaram
Aos meus
sumiram na poeira do teu descaminho!


AUTORIA: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias/Borboleta

CANÇÃO Nº 078 - BELLE LE TUE LABBRA



BELLE LE TUE LABBRA (Luca Barbarossa)

Belos são teus lábios,
Por favor, mantenha-os aqui esta noite.
Estou aqui em frente a TV, esperando-a...
Belos são teus lábios,
Quentes como o sol
Belos são teus lábios,
E este nosso amor!
Este amor que é uma viagem
Esse amor sem um lar
Este amor que nunca termina
Esse amor que é meu pesar
Esse amor que não me deixa dormir
Sem saber ande você está
Esse amor sem palavras
Esse amor que você diz para mim: nosso amor é grande, assim!
 Belos são teus lábios,
As mãos sem segredos
O amor também espera que esta noite seja para nós.
Amor que permanece
Amor, você me olha e me diz como você me vê.
Linda, amo seus lábios quando você sorri para mim!
Sorria para mim, sem falar!
Amor, amanhã  depois da festa  você poderá dormir
Feche a janela para que o sol não entre.
É bom enquanto dormes e este nosso amor permanece.
Belos são teus lábios, amor!