Há uma elegância sutil em cada verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios, nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. Versejar e degustar a poesia, como um orgasmo inesquecível! É como solver um saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou, entre os seios da amante desejada. Ou, o saboreio de ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, a soberba, mas, Poesia não é para todos.
quarta-feira, 22 de maio de 2019
quarta-feira, 15 de maio de 2019
282 - BEIJOS DE MAÇÃS
Meus escrúpulos em tuas espátulas, abandono
Em prazeres debulhados nestes teus olhos travessos
de céus sem nuvens e bonanças
Tão perdidos nas brumas do meu corpo indócil
Sob o meu alumbramento de regaços e entregas
Desvairadas, pelas avenidas do teu corpo
Que me abraça em brumas
E mergulho ensimesmada nessas horas insanas
A espreitar o deboche da tua boca ávida e louca
A degustar-me, inconteste!
Ah! Esta tua boca com sabores de manhãs
Navego em tuas costas largas...
E naufrago nos teus beijos
de maçãs!
Imagem: Internet
281 - COITO
Teu corpo, registro das minhas
latitudes
Minha perdição
Em memórias na minha pele
Teus cheiros, teus suores
De mel e sal...
Eriçados poros de lamentos e
gozos
Risos e marcas de dentes
Tatuagens
Inclementes quereres em pactos de
carne e alma.
Corpo quer corpo. Busca sôfrega,
Cúmplices em segredos abscônditos
No profundo do verve
Almas em uno (eutu)
Universo em nós transborda
loucuras
Sortilégios e promessas
Entregas e merecimentos.
Insaciáveis. Ressurgem
Em auroras sem descansos.
Corpo, carne, alma, boca, dentes,
pernas e braços
Na dança do coito
A orquestra em gozo!
TELA de Framed Handmade
280 - POESIA E SENSIBILIDADES
Há uma elegância sutil em cada
verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de
subterfúgios nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. É como degustar um
saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou ostras cruas com limão e
molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, mas, Poesia não é para todos. Apenas
alguns eleitos tem a sensibilidade para absorvê-la em toda a sua essência. De
extrair de cada verbo, de cada substantivo, de toda palavra, de cada ponto de
exclamação, significados que aos olhos dos desapercebidos são insignificantes; passam-lhes
despercebidos. É absorver cada vírgula
como se absorvesse o ar que se respira... É ver em cada reticência um caminho
invisível que se estende aos olhos para além do entendimento. Poesia não é para
todos, não! Oh, não! Requer sensibilidades e uma certa sofisticação
(linguística- desculpem-me, mas, os poetas são assim: soberbos). É ver além das
traves (e das trevas) dos olhos comuns. Poesia é coisa de Poeta (este ser cem
por cento sonhador que verseja em tudo!). O Poeta que escreve e o Poeta que o
lê. O Poeta que escreve em êxtase e o Poeta que o lê em alinho! Ambos, Poetas!
Portanto, amigos, poesia é para aqueles que trazem gravadas a ferro e fogo na
alma, uma dose imensa de desassossego e uma incompreensível tristeza que gosta
de se mostrar com cara de alegria... Sim! A poesia é para uns poucos! Poesia é
para aqueles que renunciaram a sanidade dos comuns. Sim, poesia é coisa de
loucos! Ou de soberbos (como eu). 17.12.13
Imagem: Revista ESTANTE - FNAC
quinta-feira, 2 de maio de 2019
279 - QUANDO MATEI DEUS
Deicida, confesso. Não nego.
Entre céus e infernos
Vagou minha alma
Imprecisa, incalma
Resgatei minha alma
De ti. Dos teus temíveis castigos
Não mais te pertence
Nem a ti, nem a ele
(aquele que não se nomeia)
Minha alma liberta
Só a mim pertence
Só a mim presta adoração e medo.
Alma vassala dos meus quereres
(não dos teus caprichos
das tuas imposições
das tuas crenças doentias).
Não mais o temo. Nem ti venero.
Não preciso de ti
Descobri que tu eras
Uma doce quimera
E apenas nos sonhos
Tu me existias.
Hoje, não mais.
Arranquei-te das minhas entranhas,
Para todo o sempre.
Debalde,
Continuo vazia
A deambular pela vida.
Infeliz.
Imagem: Internet
POEMA 278 - PLÁCIDO AMOR
Este amor de tantas eras, é-me tudo!
Plácido e cristalino
como nascente de rio a deslizar pela montanha
a banhar-me de frescor e me envolve por inteira! Este amor
que não se cansa e me acompanha,
que não se cansa e me acompanha,
nesta vida hipertímica que o destino me condenou,
entre céus e infernos, salva-me
de perdições que, por vezes,
a alma busca e se entrega... este amor,
que de mim não desiste,
de perdições que, por vezes,
a alma busca e se entrega... este amor,
que de mim não desiste,
mesmo quando envolta em loucuras,
perco-me em devaneios e maltrato este amor,
ele não se maltrata! Ah, este amor,
calmo e prestante,
como o amor de um poeta,
ele não se maltrata! Ah, este amor,
calmo e prestante,
como o amor de um poeta,
infinitas vezes, me resgata
do inferno em que mergulho, alma errante,
e não encontro o caminho. De volta
para este amor, sublime salvação...
Este amor é o que me mantém em vida,
tirem-me o ar, tirem-me tudo,
mas, não me tirem este amor!
tirem-me o ar, tirem-me tudo,
mas, não me tirem este amor!
quarta-feira, 13 de março de 2019
Dance Me to the End of Love - Leonard Cohen -
Uma das mais belas canções de amor, do incrível, Leonard Cohen! Que voz maravilhosa, tem este homem!
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