quinta-feira, 19 de setembro de 2013

POEMA Nº 107 - INSANA NEFELIBATA

Se o meu amor por ti
não é uma constante festa em tua vida,
é porque há frios desertos
e longos hiatos na minha!
Os descaminhos me desnorteiam
e a vacuidade desmedida dos meus dias
aborta os meus ambíguos quereres
para num instante depois,
recriá-los, amamentá-los, acalentá-los,
de volta à vida.
Hipertímicos quereres, sôfregas emoções,
escalam montanhas e rolam por vales
numa frenética e louca  ciranda,
em busca de ti!
Vão e vem, ensandecidos, desgovernados.
Entregam-se, negam-se, resistem, desistem,
insistem, retornam a ti!
Que fazer se meus loucos quereres,
mergulham na ilinearidade dos meus sentimentos?
Que fazer, se este amor,
transformou-me em uma insana nefelibata,
que se entrega e se arrebata
a sonhos etéreos e desejos profanos, e se perde
sem salvação, e se acha
na doçura deste querer
que enfeitiça e seduz!
Que fazer se este insensato querer,
me faz amante
de mim...
Num amor solitário...
Que me doma os sentidos,
abstrai-me a razão,
e me extasia num prazer
de ter você em mim
na imaginação
a qual me entrego
com sofreguidão!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 102

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