Há uma elegância sutil em cada verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios, nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. Versejar e degustar a poesia, como um orgasmo inesquecível! É como solver um saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou, entre os seios da amante desejada. Ou, o saboreio de ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, a soberba, mas, Poesia não é para todos.
sábado, 28 de novembro de 2015
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
POEMA 240 - UM POEMA PARA HELENA
Sou puta
Quando uso a boca vermelha
Meu salto agulha
E meu vestido preto.
Sou puta
Mordo no final do beijo
Não fico reprimindo desejo
E nem me escondo na aparência de menina.
Sou uma puta de primeira
Acordo às 6:30
Pego ônibus debaixo de chuva
Não dependo de salário de macho
E compro a pílula no final do mês.
Sou uma puta com P maiúsculo
Dispenso o compromisso
Opto pela independência
Não morro de amor
Acordo sozinha
Cresço sozinha
Vivo na minha
Bebo em um bar de esquina
Vomito no chão da cozinha.
Sou uma putinha
Passo a noite em seus braços
Mas não me prendo no laço
Que você quer me prender.
Sou puta
Você tem o meu corpo
Porque eu quis te dar
E quando essa noite acabar
Eu não vou te pertencer
E se de mim você falar
Eu não vou me importar
Porque um homem que não me faz gozar
Nunca terá meu endereço.
E não é gozo de buceta
É gozo de alma
É gozo de vida
É me fazer sentir amada
Valorizada
E merecida
E se de puta você me chamar
Eu vou agradecer.
Porque a puta aqui foi criada
Por uma puta brasileira
Que ralava pra sustentar os filhos
E sofria de racismo na feira
Foi espancada e desmerecida
E mesmo sofrida
Sorria o dia inteiro
Uma puta mulher ela foi
E puta também eu quero ser.
Porque ser mulher independente
Resolvida
Segura
Divertida
Colorida
E verdadeira
Assusta os homens
E os machos
Faz acontecer um alvoroço.
Onde já se viu mulher com voz?
Tem que ser prendada e educada
E se por acaso for "amada"
Tem direito de ser morta pelo parceiro
Cachorra adestrada pelo povo brasileiro
Sai pelada na revista
Excita
Dança
Bate uma
Cai de boca
Mama ele e os amigos
E depois vai ser encontrada num bueiro
Num beco
Estuprada
Porque tava de batom vermelho
Tava pedindo
Foi merecido
E se foi crime "passional"
Pobre do rapaz
Apaixonado estragou a própria vida.
Por isso que eu sou puta
Porque sou forte
Sou guerreira
Não sou reprimida
Nem calada
Sou feminista
Sou revoltada
Indignada
E sou rotulada assim
Como PUTA!
Então que eu seja puta
E não menos do que isso.
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Autora do Poema: HELENA FERREIRA
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sexta-feira, 25 de setembro de 2015
POEMA 239 - AVE CATIVA... LIBERTA!
Sou, tal qual ave cativa
dos teus quereres. Evolada!
Na magia dos teus mares e teus rios
sigo presa a teus anelos.
Tão consensual...
Desejos insanos, apocalípticos...
Não resisto. Apenas sigo
e obedeço aos teus comandos.
Cega, embriagada,
presa dócil
à rosa bandida
dos teus espinhos
que tanto afagam a minh'alma!
Teu nome, correntes... escrito a sangue
na túnica que me cobre,
chamada pele.
Dos volúpicos quereres
que te afloram a cada poro,
Escrava e Senhora, sou.
24/7, meu Senhor!
Autoria Poema: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
sábado, 22 de agosto de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
POEMA 238 - VÍCIOS E TARAS
Um ser egoísta sob os lençóis...
Assim eu sou!
Assim eu sou!
Perdida em vícios e taras e fluídos e salivas
amargas e mel.
De pernas e mãos e braços e bocas e línguas
e dentes.
Sou toda eu,
Universo de mim mesma
Plenitude... regalos!
O mundo me pertence quando estou em teu corpo
Feito nau em arrebentação.
Louca desvairada
percorro teus portos
e sugo de ti toda a seiva
que me ofertas sem pudores.
Não há limites, nem regras, nem leis, nem religião
nem deuses, nem demônios
quando percorro os teus caminhos
de pura perdição.
Ensandecida, busco em ti
o sentido da vida
na ponta da minha língua,
em cada poro teu.
Em teu corpo, o meu potentado
de unhas e dentes
e tatuagens.
Frêmitos de fomes sem descansos.
Insaciável desejo que não se arrefece
Apenas se esquece em um átimo...
E retoma... incontinente!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
segunda-feira, 13 de julho de 2015
237 - COMPLEXIDADES
Pego-me assim
em cumplicidade comigo mesma
Parindo metáforas
verbos, predicados e versos
as vezes complexos
as vezes sem nexo
devorando nuvens
e abortando sóis...
Das entranhas prenhes (o mundo),
universos e oceanos. Reminiscências...
Insana, devoro-me - posto que,
indecifrável sou!
Confluência de astros e terra.
Em mim, todas as complexidades...
Devoro-me!
Regurgito-me... tão sólita! Dual.
Idas e vindas, nem começos, nem fins.
Recomeços...
E o ciclo continua
na remissividade
do que fui . E sou!
Autoria: LavíniaAndrill
Imagem: Internet
domingo, 12 de julho de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
POEMA 236 - CALA-TE, ALMA. CALA-TE!
O vento leste sopra em meus ouvidos
as tuas ausências... tantas!
Vento gélido, gélida noite
Devoram-me
os sonhos
os anseios
os desejos...
Faz-se silêncio na alma!
Solitude incalma.
Não há poesias
Não há aconchegos
Não há canção,
Tampouco, carinhos.
Vê-se no ar notas melancólicas
de silêncios e solidões...
Calam-se as palavras.
Só a alma
debate no velho corpo.
Alma solitária, cala-te.
Aceita teu destino
monolítico
E cala-te!
E cala-te!
sábado, 16 de maio de 2015
domingo, 3 de maio de 2015
235 - O VERBO ME INSTIGA!
Sou
dama mundana,
das
palavras sou amante!
Deito-me
com o verbo
Prenho-me
de abstratos.
Do
útero fecundo,
aborto
versos. Em sândalos.
Meu
tributo ao mundo. Presunção
de
uma mulher
que
se quer poetisa
e
brinca de fazer poemas
e
se diz absoluta.
E se pensa única!
E se pensa única!
Que
fazer se tenho alma cronópia
e o canto das palavras
e o canto das palavras
enfeitiça-me
e me põe a brincar
com
os seus sentidos
inelutavelmente?
Desiderato!
Desvelos de uma alma
que no peito não se acalma.
O verbo me instiga...
Palavras são asas!
inelutavelmente?
Desiderato!
Desvelos de uma alma
que no peito não se acalma.
O verbo me instiga...
Palavras são asas!
Lavínia Andrill
Imagem: Internet
POEMA 234 - O TEMPO É UMA QUIMERA
Os portais do tempo
sibilam em meus ouvidos
seus sons enferrujados.
Eras e quimeras debatem-se
nas entranhas da velha alma.
Os acordes vorazes são sempre os mesmos,
apenas se repetem a cada ciclo que se cria.
Não há o renovo. Mera fantasia...
A velha alma sabe disto.
Queda-se, complacente.
Espreita e espera... Sente
que tudo se repete.
Intermináveis ciclos.
Indubitavelmente,
domingo, 26 de abril de 2015
POEMA 233 - AMO-TE. COMO-TE.
Amo-te e como-te.
Como-te
com os olhos
e ouvidos
e lábios
e língua
e pele.
Como-te
em pensamento
em silêncio
em alvoroço
em tormento.
em tormento.
Como-te
tal cupim em madeira
por dentro
por fora
por partes
por inteiro.
Amo-te.
Em sofreguidão desembestada
Em sofreguidão desembestada
Revirando céus e terra
Numa paixão desvairada
Amor de paz e guerra.
Amo-te
no agora
no antes
no depois
de tudo o que houve
e o que estar por vir
Amo-te,
enlouquecidamente
mais que tudo...
Por fim,
Amo-te!
E como-te,
como loba esfomeada
em uivos,
desvairada.
Como-te
como ninguém,
jamais ousou,
comer-te!
Autora: LavíniaAndrill
Imagem: Internet
Numa paixão desvairada
Amor de paz e guerra.
Amo-te
no agora
no antes
no depois
de tudo o que houve
e o que estar por vir
Amo-te,
enlouquecidamente
mais que tudo...
Por fim,
Amo-te!
E como-te,
como loba esfomeada
em uivos,
desvairada.
Como-te
como ninguém,
jamais ousou,
comer-te!
Autora: LavíniaAndrill
Imagem: Internet
POEMA 232 -SOU TÃO EXCESSIVA...
Da vida eu quero
o querer desmedido
a paixão desvairada
o desejo incontido
na louca madrugada.
Que não sejam céleres
as indomáveis horas
no assombro do gozo
no arrepio da carne
em êxtase e frenesi
na ânsia louca
da carnuda boca.
Sou tão excessiva...
O muito para mim
é tão pouco...
Sou tão excessiva...
O muito para mim
é tão pouco...
Da vida eu quero
Dó ré mi
fá sol lá si!
E morrer de gozo!
E morrer de gozo!
Autora: LavíniaAndrill
Imagem: Internet
quinta-feira, 16 de abril de 2015
POEMA Nº 231 - TOQUE
Cerro as pálpebras... abrem-se universos...
Pressinto vida em êxtase
adentrando-me as narinas
violando-me os sentidos...
nas pontas dos meus devassos dedos!
Sôfregos. Ousados. Destemidos.
Incansáveis!
Desbravando mundos, em segredos (tão meus)!
Inconfessos.
Insaciáveis.
Incontidos!
Uma doce tortura
Incontidos!
Uma doce tortura
de alumbramentos e espantos
espasmos e gozos,
sussurros, numa madrugada fria,
de entregas e abandono e êxtase profundo!
espasmos e gozos,
sussurros, numa madrugada fria,
de entregas e abandono e êxtase profundo!
Pensamento alado descortina o mundo...
E se descobre imensa
E se percebe absoluta
E se provoca
E se atiça
E num breve átimo
transmuda-se em deusa!
Doce enlevo,
Amar, a mim mesma!
Amar, a mim mesma!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
quarta-feira, 15 de abril de 2015
POEMA Nº 230 - DESALENTO
Doces palavras recolhidas
no silêncio dos teus olhos
quando em mim estavas...
Olhos de prismas, desvairados,
parindo palavras não ditas
na orquestra dos teus lábios - lindos e
mudos.
Olhos que se transmudavam em cristais
derramados na madrugada
rasgando em frêmitos e desejos e saudades,
o meu corpo - perpassando a minha alma...
o meu corpo - perpassando a minha alma...
Que me trazes mais senão o vazio dos dias
infindos
e o fel das noites envoltas em desalento
reverberando lembranças partidas
sobre as calçadas de pedras lúgubres
dos becos sombrios
no labirinto em que se
perdeu o meu eu?
Desgarrada da tua, em desespero
a alma - clama por ti.
a alma - clama por ti.
Perdeste-te de mim, no silêncio destes
teus olhos
onde não mais refletem quasares
nas madrugadas das nossas eternas entregas.
Lavínia Andrill
Imagem: Internet
terça-feira, 14 de abril de 2015
POEMA Nº 229 - CÉU DE AÇUCENA
Leva-me, amor, suave e serena
a bailar em teus braços de nuvem
neste céu de açucena
para que o meu amar-te
seja canção aos teus sentidos
nas insones madrugadas
como a brisa de dezembro
despertando arrebóis
nos teus olhos de mar e sal.
Amor, leva-me. De leve.
Suave e serena.
Lavínia Andrill
Imagem: Internet
domingo, 12 de abril de 2015
POEMA Nº 228 - AMOR QUE NÃO SE ESQUECE...
Que fazer deste TEU amor cigano
Voo de pássaro sempre em idas
Errôneo?
Que fazer deste MEU amor insano
Rastro de caminhos sempre em esperas
Forâneo?
Teu amor - água rebelde a escorrer-me nos
dedos
Feito silêncios.
Calam a alma súbitos
espantos
Jardim
sem álamos,
Sabor
amargo de lua minguante...
De
esperas e quebrantos.
Meu
corpo sempre a espera
do
teu. Desencantos.
Mandrágoras
em minhas mãos,
Viciam-me
em ti...
Não vens...
Colares de estrelas e ventos,
Teço... enfeito-me...
Não vens...
O abismo que a tua ausência lançou
Alei meus
pés... voei... caí,
Precipício
De não viver sem ti.
(Ainda penso em ti.)
(Ainda penso em ti.)
Que fazer desse amor
prisioneiro em mim?
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
POEMA Nº 227 - MINHA PERDIÇÃO
Amálgama de mel e sal
um leve amargor que remete ao vinho
assim são teus sabores
que me escorrem
pela língua e garganta
quando te provo e te solvo.
Mulher de encantos
devassas promessas
magias descobertas.
Deusa olímpica, forasteira,
de imarcescíveis delícias
Em ti me perco e me salvo
louca de quereres e encantamentos
paixão insana e febricitante.
Sou escrava do teu estro
sempre em ebulição
Mulher de bruxedos e sedução
Dona da minha alma
sempre a te buscar
por eras e eras e eras
Em frêmitos de entregas
e perdição.
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
sábado, 21 de março de 2015
POEMA Nº 226 - "O QUE ME LIBERTA É PRISÃO"
De tudo que anseio
Nadas me pertencem
Insanos quereres
Devaneios de um'alma
Incalma,
Num corpo não se aquieta
Vive de varrer mundos
Coração constrito quer inda mais
Do que lhe é permitido
Debate a alma no presídio do corpo
Libertar-se não pode!
Debalde são meus os céus e as noites
Deleites dos meus lúgubres anseios
Que no peito não se calam
E explodem em desejos
Absurdos
Estritos
Inconfessos
Jamais satisfeitos...
A prisão me consome!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
POEMA Nº 225 - INCONGRUÊNCIAS
Dor!
Dilacera carne peito alma
Irradia célula por célula
Explode em cada poro
(louca!)
Não a controlo
Tão profunda, não machuca
Tanto encanto (me!)
Subjaz!
Num silente vestígio, inunda
Ossos células alma
Paradoxo apraz
Gozo explode
Lágrimas risos
Dor contumaz
Satisfaz!
Autoria: LavíniaAndrill
Imagem: Internet
sábado, 31 de janeiro de 2015
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