Há uma elegância sutil em cada verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios, nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. Versejar e degustar a poesia, como um orgasmo inesquecível! É como solver um saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou, entre os seios da amante desejada. Ou, o saboreio de ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, a soberba, mas, Poesia não é para todos.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
domingo, 19 de junho de 2016
POEMA 250 - AS ESTAÇÕES DA ALMA
Vive
tudo o que quiseres viver com a intensidade que a vida exige. Deixe tudo
registrado no livro do teu destino. Gravado em luminuras e pergaminhos, nos
sinais da tua pele! Ame intensamente. Embriague-se de paixão, tal bacante
desvairada. Apaixone-se desesperadamente. Entregue-se sem mesuras! Vive os
prazeres da carne e os devaneios da alma como se o amanhã não houvesse! Curte
intensamente o teu verão. Vive todas as tuas loucuras! Vibre com a tua
primavera e que explodam em flores ou espinhos, as paixões avassaladoras! Assim,
quando chegar o teu outono e não mais carregar em teu ânimo o vigor da tua
juventude e, muitas vezes, teu corpo não mais atender ao chamado da tua mente,
onde a juventude teima em não se aquietar... E, quando chegar o teu inverno e o
implacável frio tremular tuas carnes, e vísceras, e anegrar tua mente, lá, num
cantinho abscôndito da tua alma, estarão as lembranças do esplendor da
vida em todas as vívidas estações: a tua juventude! Elas, as lembranças serão o teu alento, teu alimento, e
te esquentarão do invernecer dos teus dias. E te acalentarão. E te embalaram. Serão
canção de ninar teus ouvidos enfraquecidos! Que role em teus olhos embaçados,
onde ao horizonte não mais alcança, uma análgica e indomável lágrima! Tristezas?
Não! Lembranças! E, elas te acompanharão, num átimo infindável. Até que te
sopre na velha alma, o teu último suspiro! Enfim, poderás dizer a ti mesmo:
Sim, eu vivi o benfazejo destino, em toda a sua plenitude: o verão, a
primavera, o outono e o inverno. Estou pronta para transformar-me em indelével brisa!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
quinta-feira, 16 de junho de 2016
POEMA Nº 249 - CANÇÃO PARA A MINHA DESESPERANÇA
Dizem que sou guerreira, destemida e forte
mas, onde diabos se perderam minhas armas?
O negror da gélida e temível madrugada
debruça sobre as minhas
pálpebras cansadas
que teimam em manter-se abertas, ao mundo alertas.
Os ecos da minha desesperança, perfuram meus tímpanos,
ensurdecendo-me a
alma que incalma,
dança feito ninfa
louca
em volta da fogueira onde ardem os meus sonhos.
Em que ruelas da vida perderam-se os meus sonhos?
Por que não me acho na estrada em que tracei o meu destino?
Esta dor atávica a apertar-me o peito como se nada mais
tivesse jeito
e na mente tonta apenas idéias desconexas marcam o ponto.
Meus sonhos, frágeis gravetos que a mão do destino,
impiedosamente, quebra...
Um a um. A mim? Nada mais resta!
Nem os cacos, para catá-los. Apenas uma tênue chama
Prende-me a mim mesma. E já não há forças para mantê-la.
Acesa.
A guerreira? Venceram-na! Nada mais resta. Incontinenti!
Autoria Poema: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
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