Há uma elegância sutil em cada verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios, nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. Versejar e degustar a poesia, como um orgasmo inesquecível! É como solver um saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou, entre os seios da amante desejada. Ou, o saboreio de ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, a soberba, mas, Poesia não é para todos.
domingo, 15 de maio de 2016
POEMA 248 - CARNALIDADES
Se, dentre tantas outras irmãs do vício,
Que na sarjeta se atiram, almas profanas,
Prenhezes de carnalidades e precipícios,
Paixão da lascívia fome humana!
A mulher-dama é muito mais Dama!
Vícios lascivos, insaciáveis,
Consomem as carnes e corrompem os sentidos,
Desvairados, incontidos, numa dança louca,
Onde deuses e demônios proibidos
Tentam lhe possuir... boca a boca.
Morre a Dama, nasce a Puta...
A quem se entregar, senão àquele
Que maior prazer proporcionar:
fogo, luxúria e libido!
Deixando marcas sobre a pele
Prazer intenso, desmedido!
No corpo e na alma da mulher
Que se sente Deusa e nasce Santa
Que vive e morrerá como bem quer
Santa ou Puta!
Quando a matilha se levanta
Apenas para o deleite dos perdidos
Em todos os seus cinco mil sentidos!
Puta e Santa!
Autora: Lavínia Andrill, com mil pitadas dos ANJOS URBANOS
TELA: Iwona Wierkowska
POEMA 247 - LUXÚRIAS E LOUVORES
Palavras rasgadas em pecados
de gozos e taras e rezas pagãs,
afloram-me à boca
em êxtase e cumplicidade.
Gosto das palavras vis,
num conluio sedutor
de uma língua louca
de uma atrevida boca
que reza e peca
de uma língua louca
de uma atrevida boca
que reza e peca
e se mostra serpente,
e lambe, e provoca, quente,
e toma a si
toda lubricidade
de um tenro botão... rosado
- ás vezes se mostra... se esconde, às vezes -
entre dobras e peles.
E se enlouquece e se explode
em frêmitos e quasares.
Fonte secreta de promessas e delícias
- a mulher traz entre as pernas -
Fogo que apaga
toda paixão desvairada.
Botão em flor
Que enlouquece e fode
em luxúria e louvor!
Que enlouquece e fode
em luxúria e louvor!
Autora: LavíniaAndrill
Tela: Iwona Wierkowska
POEMA 246 - MORDAÇA
E esta mordaça que ata machuca e apaga
o grito que não se solta.
E provoca os sentidos
Ensandecidos. Incontidos.
Mas, a palavra não aborta
o verbo desejado, buscado.
Não encontrado.
A mordaça, ata.
Mas, a alma rebela e no peito um grito,
rouco, insano, debate.
Não se solta.
Explode
pelos poros e dedos e unhas e dentes.
Não encontra eco nem sentido nem verdade
porque a mordaça não desata.
À garganta, retorna o grito.
Retorna e morre... lentamente.
E entrega-se ao vácuo
de um coração
que já não se mostra.
Autora: LavíniaAndrill
Tela: Viktor Sheleg
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