sábado, 26 de outubro de 2013

POEMA Nº 136 - TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.



Autoria: Vinícius de Moraes
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 106

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

CANÇÃO Nº 069 - WOMAN



JOHN LENNON

POEMA Nº 135 - MINHAS MÁSCARAS, MEUS DISFARCES.

Cada célula do corpo
Pulsa a sabedoria dos ancestrais.
A semente do divino e a síntese do profano
Uno em duo. Duo em uno.
Isto me faz guerreira. Mas, as vezes caio.
Tatuados na pele todos as máscaras e disfarces.
Minhas defesas.
Escondem da noite breu e dos dias gris
A minha verdadeira face. Perdida em
Encantamentos de fadas e cantos de querubins.
O despertar em arrebóis e o deitar em róseos crepúsculos
Entorpecem meus olhos em flavescentes ondas
Embevecidos de esperanças e quimeras
Num pertencimento de mim!
Para onde foram estes dias?
Perderam-se. Enfim,
Sou andarilha.
Vivo catando fiapos de lua
Resquícios de primavera
Restos de sóis.
Engolindo com a boca do mundo
As pedras da estrada,
Feito embarcação correndo atrás de ventos
Deslizando sobre severas ondas
(buscando o cortar macio...).
Mas,
Aprendi a acalantar a paciência
E fazer dela minha constante companheira...
Meus olhos já não se perdem nos vazios
Dos amanhãs sem cores,
Experenciando perplexidades de uma vida obtusa.
Parindo espantos e quebrantos
Do absurdo em que mergulharam os meus lúgubres dias.
Abandonaram-me todos os meus anjos
Cansados das mesmices do que me tornei.
Mas,
Sou forte. Sou Kali. Aprendi a devorar meus demônios.
Nas artérias, ainda vibra o rubro sangue
E, o coração a cantar, com fomes e sem descansos
Louva a esperança
Clama pelo porvir
Que teima em se esconder
Mas, há de vir!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia Sufismo



POEMA Nº 134 - A INFINITUDE DO SER MULHER

Mulher de infinito ser!
Estou em todas as formas que em frêmitos, pulsam!
Shakti, a sábia amante, a energia inebriante.
Kundaline, o poder da serpente que protege.
Poderosa Shaktiman, fonte divina...
Das entranhas de Eva, Mulher, o poder supremo!
Marias, Perséfones, Salomés, Severinas,
Deusas, rainhas, mulheres, meninas.
Sou a substância que a tudo impregna.
Sou o útero da terra. Sou a vida!
Sou os raios que rasgam a escuridão das florestas
O chilreio da cotovia assustada
Tuas dores, tuas feridas, tuas frestas.
Sou o som do silêncio das fadas...
Sou a agonia dos girassóis no lusco-fusco dos dias
Sou onda serena em teu revolto oceano...
Sou tuas penas, teus sonhos, teu desengano.
As artérias que carregam teu sangue
Teu plasma, tuas vísceras, tua tez exangue.
Teu anjo guardiã, tua dama, tua cortesã.
Trago a essência das deusas. Mãe criadora. Lilith!
Teu ontem. Teu hoje.
Rainha do cosmos e dos subterrâneos da alma.
Sou a doce pureza do teu amanhã.
A grande mãe que te pariu, te acalenta, te abraça e te alimenta.
A forma mais rara.
A tua cara.
Sou mulher!
Tudo começa, em mim.
O universo a meus pés,
O princípio, o meio, o fim.
Mulheres, Deus nos fez assim!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fada mãe

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

POEMA Nº 133 - EU ME APAIXONARIA POR QUALQUER PESSOA

Eu me apaixonaria por qualquer pessoa
que soubesse tocar todos os instrumentos
da minha ORQUESTRA.

Eu me apaixonaria por qualquer pessoa
que derramasse substantivos e verbos
sobre forma de VERSOS
aos meus ouvidos.

Eu me apaixonaria por qualquer pessoa
que me tomasse nos braços
E dançasse comigo
um TANGO.

Eu me apaixonaria por qualquer pessoa
que me fizesse RIR
e me levasse muito além
do óbvio.

Eu, simplesmente,
Me apaixonaria por qualquer pessoa
que soubesse me amar
(EXATAMENTE)
Do jeito que eu gosto!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Casal 140


CANÇÃO Nº 068 - NOCTURNE



INTÉRPRETE: VESA-MATTI LOIRI (Cantor firlandês)


NOTURNO (versão)
Eu ouço a noite cobrindo a vegetação.O luar inunda os campos de grãos.Fumaça da madeira que queimaA deriva em véus cobrindo os vales distantes.A alegria da noite de verão está aqui.Eu ainda não sou feliz com a tristeza que me abala,Mas a floresta escura há quietude e eu sou bem-vindo.Nuvens róseas anunciam que o dia está se indo,Sonolentas brisas das montanhas azuis cinzentas,Derramam-se em água cobrindo as flores do campo ...Uma canção falando nestas belezas Que encantam o meu coração eu vou fazer!Vou cantar o verão como feno, ó doce donzela,Cantar-lhe minha profunda serenidade,Minha fé que soa em música,Como guirlanda de folhas de carvalho sempre fresca e verde.Não vou perseguir o por-do-sol.A felicidade é aqui no meu próprio lugar.Dia após dia, o círculo da vida se estreita.O tempo ainda está agora ... O tempo não dorme nunca.Longe daqui está uma vida sombria e estranha, um lugar desconhecido.


POEMA Nº 132 - TEMPOS DE ESPERAS E DEMORAS...

Saudade chega sem pedir licença
Vem e se apodera do vazio
Que a tua ausência teima em se fazer
Dona de mim.
Pétalas de silêncios transpassam gélido frio
Na angústia da minha alma
Em tempos de esperas e demoras.
Não te ocorres
Que eu me canse
De, em vão, por ti esperar?
Sinto que me deixas presa na tua inconstância
Na inquietude dos dias
A passear por veredas vazias
Em terras proibidas e estéreis subterrâneos
Fora de rota
Onde se esconde e se perde meu ser.
Sempre que dizes que vens
Faço-me mar
A espera do teu rio.
Se sofresses a dor que castiga os meus dias,
Virias! Certamente, virias!
Mas, não vens...


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 213

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

TEXTO Nº 002 - SER ESCRITORA...

Força interior... É isso que uma escritora tem que ter...

Ela tem que ir além de si mesma, não pode ter margens, contenções, intromissões, seguir regras e acreditar em tabus.

 Sim, uma escritora tem que desnudar a própria alma e não ter medo de incitar outras pessoas a fazerem o mesmo, pois somente despidos de pudores e falsos moralismos podemos navegar em mares distantes, fazer descobertas inimagináveis e desatar nós emocionais.

 Uma escritora tem que tocar as almas dos seus leitores, pegá-los pelas mãos e conduzi-los a um mundo mágico...

Onde as suas fantasias juvenis sejam retomadas e a sua criança interior possa brincar com sorriso de sol e sonhos de lua.

 Escrever requer força, profundidade, insanidade, desejo, gozo, amor, desfalecimento e renascimento...

Requer verdade, exige inquietude com gotas de sabedoria, implica em comprometimento, entrega e indiferença frente à opinião alheia.

 Escrever exige coração, fé, luz, garra, sentimento e loucura. Apenas assim as palavras também se apaixonam pela escritora...


Somente assim os deuses da inspiração lhe aquecem a mente, incitam a alma e abençoam as suas criações.



Autoria: LÍGIA GUERRA

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CANÇÃO Nº 067 - ALWAYS ON MY MIND!



O INESQUECÍVEL ELVIS PRESLEY! MARAVILHOSO! PARA SEMPRE REI!

POEMA Nº 130 - PLENITUDE

Sabe,
Quando quiseres me amar
não é muito o que te peço
nada que não possas dar.
Mas, é preciso atenção!
É preciso uma dose extra de criatividade
e muito, muito tesão!
É preciso que estejas disposto
para rir, dançar, ouvir músicas, cantarolar
abraçar, cheirar, lamber, beijar e tocar!
Tocar muito! 
Todos os instrumentos da minha orquestra
Para que a melodia seja perfeita.
E beijos. Muitos beijos!
Gosto de beijos arrebatadores
que me tirem do chão
e me deixe sem ar
louca pra me entregar!
Beijos sôfregos e bem molhados
com mordidinhas e muita língua!
Tem que saber massagear o meu corpo
cada milímetro do meu ser
com tuas mãos, tua língua, tua pele...
Seja forte em tuas pegadas. Não vaciles!
Descubra minhas reentrâncias.
Explore as protuberâncias.
Não deixe nada sem tua visita.
Inspecione o que é teu.
Eleve o meu ego!
Estejas disposto a me provocar
com palavras sensuais, ousadas...
(aquelas que não se ousam dizer).
Diga-as, roucamente, aos meus ouvidos!
Éu preciso que estejas faminto
(estupidamente faminto)
E que me veja como a mais lauta refeição
que a ti é servida!
Quando sou amada
Gosto de rir e chorar!
Então, prepare os teus dentes,
para, deliciosamente, a minha pele marcar.
E podes (onde quiseres)
deixar a força das tuas mãos
a me espaldar!
Podes me pegar com força
prender-me as mãos, os pés,
vedar-me os olhos,
privar-me dos sentidos...
Podes fazer-me tua escrava
e te servir como te aprouver.
Virar-me do avesso
se assim quiseres.
Serei a fonte dos teus desejos.
Serei a tua mais louca fantasia
(o que mandares, obedecerei).
Pois, deleitando-me no teu prazer,
torno-me DEUSA em plenitude!
ABSOLUTA, no meu jeito de ser!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 57

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

POEMA Nº 129 - A PALAVRA COME O POETA...

Estou enveredado de goma. Remexo minha casa de farinha de palavras. Torrada, quente e encharcada de desejo, a palavra amor aceita o fogo que a devora sôfrego, querendo tê-la num imenso tacho de aventuras em grãos de pó. Na casa de farinha de palavras, todas se parecem, na frigideira incandescente das emoções. Na boca, todas únicas. Nas mãos, cada uma pega um prato, um atalho, um desvio, uma caneta. Outras são de lápis. Outras são de puro carvão. Outras são apenas de papel. Outras, colam-se em água de lágrimas, porque estas precisam do tempero do sal dos olhos. Mas todas são pra se comer. Comestíveis. Deliciosamente cheias de apetite. Na verdade, o apetite devorador é da palavra. A palavra come o poeta. Às vezes, se engasga com ele, outras, mata-o de vil tesão. Porque é só a palavra que tem filhos de todos os homens sem se deitar com nenhum. Quando se deita com o poeta, recém- lavada de leveza da casa de farinha do peito, quer ser a mãe do que o poeta não tem. Ou quer ser sua amante para sempre. Ou quer matá-lo em sua indumentária de raiz. Poeta e palavra se comem. Nada de antropofagia. Grudação de amorês. Um no outro pra sacudir a poeira que o outro trouxe da mesma terra e do mesmo tacho. É assim. E só.



Autoria: Fernando Coelho
Imagem: Toca da Morgana
(1)

POEMA Nº 128 - TOADA PARA PRANTOS E QUEBRANTOS.


A noite gemeu dentro de mim...
Espiava pra fora com olhos de negrume
Por sobre minha saudade
Espreitando tuas ausências...
E tudo doeu.
Até o pranto que era tanto, 
Desmilinguido, adentrou-se.
Ando me encolhendo em tristezas e solidões
Mastigando premonitórios em dores
De prantos e quebrantos.
Todos os sonhos, abandonaram-me.
Sobraram apenas espantos
Em desvarios e frêmitos
E esta vontade tirânica
De me esconder sob os lençóis.




Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias 152

CANÇÃO Nº 068 - VEJA BEM, MEU BEM



INTÉRPRETE: NEY MATOGROSSO. AMO ESTA CANÇÃO!

POEMA Nº 127 - RUMINANDO AUSÊNCIAS, DISTÂNCIAS E SILÊNCIOS...

Mas,
se vivo de ruminar ausências...
é por que não alcanço as distâncias
(multifurcaram-se sob meus olhos)
que os teus passos traçaram
nas dobras do meu destino
Em desalinhos com o teu.
Perdi-me de ti.
Minhas mãos, atadas,
suas estradas apagadas ...
- não as tenho no mapa que a cigana leu -
A cigana me disse que distâncias
são chuvas que engolem fagulhas
e apagam na areia os rastros
que se fizeram em ausências
de silêncios e despetalamentos.
 (Teu anjo de asas cansadas
não te procura mais).
Ausências, distâncias, silêncios,
perderam-se no grito
que a garganta esqueceu-se de gemer.
São tantos os desalinhos!
Do todo, sobrou-se o nada.
Machuca. Mas, passa.
Destinos em descaminhos,
o que restou?
(Tanto desencanto e quebranto,

conquanto, espanto o pranto!)
Só!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Anjo 50

POEMA Nº 126 - TEOREMA DE ALVÍSSARAS E GOZOS

Amor não te demora!
Quero comer bolinhos de chuva
na ponta dos teus dedos
e neste toque sutil
despertar girassóis
no arrepio dos poros.
Solver gotas de vinho
no "cale-se" da tua boca
- na minha em cálice, te receber -
Amalgamarem-se em uníssono
vísceras e pelo.
Dentes - vidro lacerando a carne.
Lanho.
Prazer que tortura, mas salva.
Desvelos
em alvíssaras de arco-íris singrando céu.
Quero pote de mel
e nuvens de alfenins!
 (Nestes momentos,
norte a sul,
sou só tua!)
Tipo assim...


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 186

POEMA Nº 125 - AMAR VOCÊ É COISA DE MINUTOS

Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai, serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todo
Vais ter nojo de eu ser isto
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui.


Autoria: Paulo Leminski
Imagem: Internet
Arquivo: Casal 93


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CANÇÃO 067 - LUNE (MUSICAL NOTRE-DAME DE PARIS)



MUSICAL NOTRE-DAME DE PARIS.

 LUNE, BELÍSSIMA INTERPRETAÇÃO NA VOZ DO PERSONAGEM GRINGOIRE (BRUNO PELLETIER)!!!!