Há uma elegância sutil em cada verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios, nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. Versejar e degustar a poesia, como um orgasmo inesquecível! É como solver um saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou, entre os seios da amante desejada. Ou, o saboreio de ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, a soberba, mas, Poesia não é para todos.
sábado, 30 de novembro de 2013
POEMA Nº 148 - REDESCOBRINDO SENTIDOS
Paixão
Incontrolável, soberba, perigosa...
proibida paixão!
proibida paixão!
De repente, a mulher volta a se sentir menina
A mulher alumbra-se,
poe-se a viver as inquietudes da alma
adolescente
a espera de alvíssaras e magias...
Desejos incontidos... redescobre-se amante
esplendorosa, sente-se volúpia
aos olhos de um homem...
Tudo parece como um início...
As emoções... os desejos... os temores de um amor escondido
reaprendendo a sentir o gosto arrebatador de uma paixão
Mulher madura, ainda uma menina em seu interior.
Cortejada, sente-se deusa absoluta
objeto de desejo de um homem!
Um homem que não mede palavras
para externar a sua paixão, o
seu desejo.
Um homem que não esconde seu poder sedutor
e sabe que este poder atrai e prende esta mulher em sua teia
E a mulher adormecida desperta, volta a ser fêmea.
E no jogo de sedução se entrega por inteira,
sem reticências, nem dúvidas.
Absoluta. Plena. Gloriosa!
Berceuses a derramar-lhe aos ouvidos!
Puro encantamento catártico!
Eu quero esta mulher desperta!
Eu quero esta mulher
aberta às sensações que a paixão oferece.
Eu quero esta mulher solvendo cada gota desta loucura
deliciosa!
Mesmo que à distância, mesmo que em pensamento,
Mesmo que na solidão dos corpos separados...
Eu quero esta mulher acima de tudo, absoluta.
Preciso manter esta mulher VIVA
para que eu não volte
para que eu não volte
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 212
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 212
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
POEMA Nº 147 - PAIXÃO DESVAIRADA QUE DOMINA A GENTE...
O que dizer desta paixão desmedida
Que grita em meu peito
E só tem guarida
Se for no teu corpo?
O que dizer desta paixão desvairada
Que, sem saber como,
No meu peito fez morada
E de mim, prisioneira? Tua!
O que fazer com esta paixão ardente
Que maltrata meu peito
Mas me enleva a alma
Trazendo-me poesia nua
Em versos de desejos
E sonhos insanos
Que não poderei viver.
Por que não posso ser
Tua, meu louco amor?
Por que esta paixão
Que explode no peito e escorre pelos poros
E me faz nefelibata a vagar entre as estrelas
Se não posso ter você?
Por que esta paixão
Que explode no peito e escorre pelos poros
E me faz nefelibata a vagar entre as estrelas
Se não posso ter você?
Autoria:Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulher 55
POEMA Nº 146 - CORAÇÃO DOENDO NO PEITO...
Coração tá
doendo aqui dentro de mim
Numa saudade
que não cabe no meu peito,
Num machucar
sem fim
Um lamento
que não tem jeito
De dor sem
par. Dilacera assim.
Por causa
deste amor
Perdido na
distância
Soluços e
pranto de dor
Tomados pela ânsia
Desta tua ausência
sufocante.
Dúvidas que
aumentam
Com o teu
silêncio mordaz
Trazendo
tristeza à minha alma
Que retrai e
se cala
Pelo
medo de não o ter mais.
Ausência,
distância, saudade, solidão,
São perigos
a que se expõe
Um amor
distante
É como
veneno matando, pouco a pouco,
O coração inseguro
e tristonho
Que se
entregou à quimera de um sonho
De uma
grande paixão delirante.
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 88
domingo, 24 de novembro de 2013
TEXTO Nº 005 - VIVENDO NA INÉRCIA DE UMA VIDA SEM SENTIDO...
Acordo. Abro os olhos... Espreito
os vãos do meu quarto. Descubro-me viva. Mais uma vez. Preguiça de sair da
cama. Levanto-me. Miro o outro lado. Corro e me atiro nele. Aos pés da cama.
Corpo pesado não quer se mover. Travesseiro me chama. Abraço-o. Devaneio... Começo a sonhar (de novo). Não quero (não
posso) não devo continuar nesta impotência que me idiotiza e me leva à beira do despenhadeiro. Meu ser enche-se de brumas numa anátema impossível de se evitar. Vivo à margem do compreensível. Como um abanto, falta-me forças para reagir aos débeis comandos da minha mente que, em desespero, tenta tirar-me deste estado ablastêmico! Esforço-me e abro os olhos languescidos. Tento vencer a
inércia que de mim se apodera. Letargia. Mais uma vez, viro-me. Reviro-me.
Tamanha indolência. Tento raciocinar: que dia é hoje? 25. De que? Hã? De setembro. Que
horas? Dez e meia (perdi-me no tempo). Preciso me levantar... Quanto esforço!
Acorde! Levante! É uma ordem. Cabeça não obedece, se enfurece, olha o
travesseiro que chama... Levantar para que? Nada a fazer! Mais um dia igual a
todos os outros. Simplesmente, vegeto. Merda de vida! Olho o teto do meu quarto... quedo-me, a espera do passar das horas...
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias 111
POEMA Nº 145 - PARINDO VERBOS, SUBSTANTIVOS, SINGULAR E PLURAL...
Palavras, em profusão,
Versejam
Na mente...
Escorrem pelas pontas dos meus dedos.
No teclado nervoso
Dão vida
A verbos,
Substantivos,
Singular,
Plurais,
Em versos descabidos,
Incontidos,
De fomes
E ausências
Em desassossego.
Em desassossego.
Com raiva e amor,
Ódios e perdões
Deslizam pelos olhos
E deságuam
Na branca e fria cor
De um papel qualquer,
Capturado pela tela
(De uma merda)
De um computa(dor)!
(De uma merda)
De um computa(dor)!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
POEMA Nº 144 - CÉU OU INFERNO?
O silêncio me impera...
Obriga-me ao esconderijo.
Recolho os pedaços que consigo
Do que restou. De mim...
Cansada, entrego-me.
Esqueço-me.
Em desadorno perderam-se meus dias.
Se para viver, é preciso,
Cem vezes mil vezes, morrer,
Que fazer?
Apressa-te, que a conta poderá ser
O reverso.
Por que há dentro de mim
Um anjo que ruge
E um demônio que chora.
Paradoxo da alma,
Incalma.
Para onde ir?
Paraíso do demônio
Ou inferno de Deus?
Volatilidade da matéria
Ou Alma imortal?
Apenas abidicatriz dos meus mais recônditos
desejos...
Céu ou inferno, qual o meu destino?
Céu ou inferno, qual o meu destino?
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias (duas anjas)
TEXTO Nº 004 - SOLIDÃO A DOIS...
Pior que o amargor de ser só, é a solidão a dois...
Solidão que me estrangula e me sufoca sem que nada possa
fazer. As amarras que me prendem me impedem de não mais ser só. Esta solidão é pior que veneno, pois não atinge apenas meu
corpo, que adoecido segue adiante me roubando o viço, mas também a alma,
subtraindo-me a lucidez. Como o amo, então maior é o suplício, fazendo-me
prisioneira dele e de mim mesma. Sinto o tempo passar, mas não o vivo na intensidade que
quero, que preciso. A percepção é de que a vida está escorrendo por entre meus
dedos, levando o meu mais precioso bem: o que ainda me resta de viço, pois já
levou a minha juventude, de uma forma cruel que é a sensação de não ter vivido,
nem estar vivendo. Apenas indo... indo... Pra onde... não sei, pois a solidão
embaça meus sentidos, transformando-me em zumbi. Apenas. Passam-se as horas... passam-se os dias, olho em minha volta
e sempre estou só... e isto dói. Dói muito. Fecho os olhos e vejo-me num tempo e num
espaço de sonhos... Se ouço minhas canções preferidas me transporto para uma
outra realidade onde sou feliz e vivo intensamente pois assim eu desejaria que
fosse... a melodia me embala os sentidos e as palavras são um bálsamo derramado
sobre minha alma que dança feito criança e sonha, e vibra, e ama com a paixão
dos amantes utópicos. Meu Deus, tão pouco que eu sonhei, tão pouco eu desejara e
por que me foi negado? Por que a tristeza teima em tomar o lugar da minha
alegria e me traz este sofrer que me aperta e dói o meu coração sonhador e
romântico? Aonde foram meus sonhos juvenis? O que fiz da vida que me deram? E a solidão, senhora das horas e dos dias... por que não me abandona? Em que tempo perdera-se o meu viço? Nem me dei conta do tempo que me escorrera por entre os dedos... Vida sem graça, por que não passa? Chega! Para mim, basta!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 117
TEXTO Nº 003 - LOBA OU OVELHA
Em minha dualidade feminina existem a Ovelha e a Loba. Não
convivem pacificamente. Não! Vivem em eternos e intermináveis conflitos.
Alimento, demasiadamente a Ovelha e, apesar de inferior às forças da Loba, a
Ovelha bem alimentada pelos limites que imponho a ela e pelos meus medos,
domina-me. Ao dominar-me, quedo-me entregue as minhas frustrações, a minha
covardia e, por décadas levo e levarei, conforme for permitida minha existência
por aqui, a sensação da vida vivida pela metade. E assim, quedo-me alimentando
a Ovelha que sai vencedora.Sempre!A Loba amordaçada, cansada e vencida, por fim,
entrega-se, anulando a minha dualidade de espírito e carne. Mas... vez em
quando, a Loba desperta, reage e quer
mostrar a sua supremacia. A Loba quer carne! Afinal, quem é mais forte, a Ovelha ou a Loba? Aquela a quem EU mais alimentar! Mas, a quem eu devo
alimentar mais? Quem me fará mais feliz, mais completa em minha plenitude! Do
que mais preciso: a ilusão do enlevo espiritual ou a simples satisfação carnal?
Que alegria ao ver desperta, forte e dominadora, a minha Loba! A Loba desperta é plenitude! E não quer mais subjugar-se! Quer continua altiva! Sedutoramente
altiva e ativa! E eu, eu a alimentarei e nunca mais a deixarei ser subjugada!
Nunca mais! Por que a Loba me faz feliz! Completa e absoluta! Mas, contrariamente a minha vontade,
a Ovelha ressurge, e eu nada posso contra ela, e morta em vida, sigo com esta
dualidade cruel a entorpecer-me os sentidos e a consumir-me a lucidez! A Loba
vive em minhas vísceras, em meus poros, em minhas entranhas, em meus devaneios,
em minha insensatez...em cada fibra do meu coração! A Ovelha se alimenta da minha covardia... dos meus
medos... das minhas renúncias! É ela que sempre vence!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias 122 (Mulheres que Correm com Lobos)
CANÇÃO Nº 68 - DANÇA DA SOLIDÃO - MARISA MONTE
BELÍSSIMA CANÇÃO NA VOZ DA MARISA MONTE.
QUEM GOSTA DA SOLIDÃO? NINGUÉM! MESMO QUE, EM MOMENTOS, QUEIRAMOS FICAR A SÓS... MAS, A SOLIDÃO INVOLUNTÁRIA É PUNHAL NO PEITO CRAVADO...
POEMA Nº 143 - ALMA, PRISIONEIRA DA SOLIDÃO!
De tanto ficar só, de tanto ser só,
Ando achando a tristeza algo natural.
Lá fora o sol brilha com uma intensidade
sem par.
Mas aqui dentro é só negrume,
A tristeza se apoderou dos meus
sentidos...
Meus olhos são tristes já perderam o
lume,
Mesmo com as lágrimas que teimam em
brotar.
Ainda existem lágrimas em meus olhos...
Lágrimas que ardem... que queimam...
Minha boca murcha e seca engole vazios
Que atingem a minha alma
Cavando
profundos abismos difíceis de transpor.
Meus braços já não coordenam as minhas
mãos
Que insistem em quedar-se, inertes.
E impotente sigo nesta insensatez,
Entregue a lassidão que de mim se
apoderou
Só por que sou só...
E este aperto no peito,
Esta saudade de algo que não vivi em um
tempo que já existiu
Só não sei quando, nem onde, nem como...
E por que ele se foi sem eu ter deixado registradas
As minhas marcas.
E por que ele se foi sem eu ter deixado registradas
As minhas marcas.
Esta vontade demesurada de viver coisas
Que me trouxessem a paixão perdida no
limbo do que não houve.
Quero a vida que pulsa lá fora,
Que se manifesta nos raios do sol...
Mas a cortina densa da tristeza
Que de mim se apossou não deixa os raios
passarem
E a alegria não vem...
Em seu lugar vêm as lágrimas que,
teimosamente,
Rolam sobre o meu rosto.
O meu rosto é uma máscara triste
Onde cada sulco, cada marca, cada ruga,
Traduzem o meu desalento, o meu
desencanto... o meu penar...
O que posso fazer se os meus horizontes
estão curtos e incertos...
Meus pensamentos rolam em desalinhos,
Desgovernados pelas ladeiras da maldita
solidão
Que de mim fez escrava.
Entrego-me aniquilada nesta ciranda insana
Como a imolar-me em um sacrifício
inócuo... medíocre...
Tentei de novo me curar da dor da solidão
E me perdi pelos atalhos do meu coração.
Então cantei a poesia num sofrer sem fim,
Pois que, a solidão, tornou-se dona de mim!
Pois que, a solidão, tornou-se dona de mim!
Se há motivos para a solidão
E o desalento sonhar,
No refúgio do meu sentimento
Desencanta a
saudade que ficou no ar.
Ah! Maldita solidão,
Não a quero como companheira!
Não a quero como companheira!
Ei, alma prisioneira
Queimando imensa fogueira,
Queimando imensa fogueira,
No inferno da solidão...
Deixa em paz o meu coração!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 110
POEMA Nº 142 - URGÊNCIAS DA CARNE
Minha boca tem sede!
Tenho urgências de ti:
Gritam demasiadas em mim
estas urgências
em perfeita eufonia!
Arde em cada poro
o desejo que arrepia
a trêmula carne.
Paixão que vicia!
Cálidos desejos...
Mormente, não te tenho,
aqui comigo. Agora!
Vãos arpejos
ressoam garganta a fora...
Não me ouves, não?
Não te importa,
se estou morta
se estou morta
de tesão?
Por que não vens, então,
se há tantas urgências
neste corpo que habito
e não o tomas para ti?
e não o tomas para ti?
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 214
terça-feira, 19 de novembro de 2013
POEMA Nº 141 - REDENÇÃO!
Quantas vezes eu me senti perdida
Como criança abscôndita do mundo
Em meio a tempestades de raios e dores
Amalgamando soluços e dissabores...
Minha alma sofrega, procrastinada
Vagando a esmo, desvairada
Implorando compreensão e colo
Suplicando redenção!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Mulheres que Correm com Lobos
POEMA 140 - PRENÚNCIOS DE SABORES E DELÍCIAS!
Antessala dos prazeres, nascedouro de
desejos...
Assim é o meu
corpo em alinho em busca do teu
Coração
descompassado em ânsias de esperas!
Espreito tua
chegada, em rituais de tons e primícias,
Tudo em mim
explode num versejar delirante
Prenúncios de sabores e delícias!
Derramando quereres e promessas
Como deusas
insanas na mais pura lubricidade,
Obscenos desejos
aflorando em suores
Ímpetos e frêmitos
de carnalidade
Incontidos em
gestos e cores!
Paixão voraz em tempo efêmero
Intensos presságios, equinócios de uma
alma
Louca, demiúrgica, incalma!
Útero fecundo de Ceres, primavera
esponsal,
Chuva a deslizar, em lágrimas, na pele da
terra,
Numa espécie de quebranto,
Um tanto lírico, um tanto acalanto!
Fráguas derramadas sobre a pele
Em tatuagem de unhas e dentes...
Abre-se o coração em noites de estio
Paixão que se enleva no dilúculo dos dias
Em tempos de primavera, de amores vadios,
domingo, 3 de novembro de 2013
POEMA 139 - INCANDESCÊNCIAS
O cálido despertar dos teus olhos
Derramam promessas sobre os meus...
Reminiscências de uma noite
Que ainda borbulha em nossos lençóis
E nos aromas que nossos corpos ainda exalam
Extenuados em merecimentos dos
êxtases conquistados
Despertando sustenidos e bemóis
No arrebatamento em que nossas almas
mergulharam.
|
Ainda há incandescências nas pontas
dos teus dedos...
Ainda impera em tuas pupilas, o furor
do desejo
E em tua boca amarga, o acordar de um
beijo...
Ainda gritam em mim
As taras
inquietas e esta vontade tirânica
De possuir-te mais e mais com fomes
sem descansos...
Pois que, trazes em teu corpo as
possibilidades do infinito
E fazem de mim tua terna escrava e
tua senhora absoluta!
Domina-me. Domino-te.
Nesta mútua
entrega e recebimento
Doamo-nos incansavelmente!
Como anjos e demônios em frêmitos e
delírios
Urram em merecimentos desta eterna
luta
Homem e mulher, num doce martírio!
|
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
POEMA Nº 138 - DESNUDA A MINHA ALMA
Desnuda
minha alma, com cada beijo,
Não
a deixes angustiada, e sozinha
Percorre
suas partes ainda dispersas.
Alma
que descobres em cada pétala,
De
um lírio, uma violeta, ou uma Amapola,
Não
a deixes entristecida e desolada.
Desnuda
minha alma, vaga e inquieta
Bordeando
a espuma da onda,
Adormecida
docemente no mel de teu perfume.
Alma
que aflora sobre as gretas,
No
penhasco sob o mar profundo.
Esculpe
devagar, com suaves pinceladas.
Desnuda
minha alma com teu olhar,
Embalsama
meu coração com teu perfume,
Rega
com teu cálido sangue.
Desnuda
minha alma ao chegar a primavera,
Detém
o inverno, que o verão ainda demora,
Enquanto
o outono cobre com suas folhas
Os
campos.
Alma
que como espuma se dissolve...
As
tristezas em sua efervescência galopam.
Deixa
que a primavera nos descubra.
Desnuda
minha alma, deixa voar as borboletas,
Em
liberdade, em silencio,
Sem
determinar sua metamorfose,
Simplesmente,
sem medidas sobre as coisas.
Alma
que habita em teu perfume,
Suspiros
ao vento, cada dia elevas,
Descortinar
teu charme no andar, sua elegância.
Desnuda
minha alma, nada temas, tudo obterás,
Não
se distancie do amor, nem o negue,
Nesse
abandono de amar, se entregue,
Alma alcança na
incerteza, a alegria.
Tocar o céu com o seu toque,
Na disparidade, no intervalo, na
discrepância.
Desnuda minha alma pois nela
habitas,
Criando furacões, vendavais e
tempestades.
Vai parar de sangrar,
se ainda deliras,
Porque
o barco sai sem esperar.
Desnuda a minha alma,
Autoria: Dagny Marisol Meza Cartier (Tradução Mário Faccioni)
Imagem: Internet
POEMA Nº 137 - SILÊNCIOS E SOLIDÕES...
Silêncios e solidões...
Tempo do amor solitário
Do amar-se querendo ser amada
Do possuir-se sozinha na madrugada
Na cama fria e silenciosa
Cujos lençóis não registram marcas
Mantêm a cândida brancura
Do registro dos solitários
Que amam seus corpos
Sem serem amados.
Prazeres, gozos contidos
Gritos presos na garganta da amante
solitária
mãos que buscam o prazer
Que outras mãos não lhes podem dar.
Corpo que anseia por outro
Mas na solidão, só encontra os
travesseiros
silenciosos... Impassíveis...
Calor que queima o corpo
Incendeia o leito solitário de uma
mulher só
Que se possui, mas não é possuída
e mesmo no selvagem socolejar do gozo
Procura pela cama o corpo que poderia
satisfazê-la
Pois na solidão, mesmo gostoso,
o gozo é incompleto.
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 4
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