sábado, 8 de fevereiro de 2014

POEMA Nº 205 - TEIMOSIA DESTES MEUS OLHOS DE RIO SECO

Meus olhos de rio seco 
A debulhar lamentos de peixes ressecos
No seu leito esturricado
Sem crepúsculos, sem auroras
Folhas murchas, flor sem viço
Passarinho perdeu canto e já não voa
Ocasos de uma vida seca - vida morta -
Sem perguntas, sem respostas
Chuva que teima em não mostrar
a cara de pingos molhados indecisos,
Teimosos.
Naco de esperança ainda dança num jeito
Teimosia de viver
Relembranças de um peito
Teimoso que não se entrega
Luta insana. Não desistir é  o mantra.
Andanças, resisto. Meus olhos,
Rio seco já não choram. Apenas espreitam. 
Espreitam e aguardam. 
Espreitam.
Aguardam.
E não cansam...
Numa aguardança sem fim.
Meus olhos, meninos, teimosos
meninos, faróis de mim.


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Blog da Elaine Cristina





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