Meus olhos de rio seco
A debulhar lamentos de peixes ressecos
No seu leito esturricado
Sem crepúsculos, sem auroras
Folhas murchas, flor sem viço
Passarinho perdeu canto e já não voa
Ocasos de uma vida seca - vida morta -
Sem perguntas, sem respostas
Chuva que teima em não mostrar
a cara de pingos molhados indecisos,
Teimosos.
Naco de esperança ainda dança num jeito
Teimosia de viver
Relembranças de um peito
Teimoso que não se entrega
Luta insana. Não desistir é o mantra.
Andanças, resisto. Meus olhos,
Rio seco já não choram. Apenas espreitam.
Espreitam e aguardam.
Espreitam.
Aguardam.
E não cansam...
Aguardam.
E não cansam...
Numa aguardança sem fim.
Meus olhos, meninos, teimosos
meninos, faróis de mim.
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Blog da Elaine Cristina
Adorei amiga.
ResponderExcluirMuito obrigada pelo carinho, Roberto! Beijos!
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