domingo, 2 de fevereiro de 2014

POEMA Nº 202 - NOITE, MÃE DE TODOS OS SILÊNCIOS E TODAS AS SOLIDÕES

Oh, noite, mãe de todas as solidões
E de todos os silêncios
Irmã das sombras
Filha do medo, vem, inclemente,
Cubra-me com seu vasto manto
De lua, estrelas e sonhos
(tenho medo da escuridão!).
Oh, vinde a mim, noite implacável, mas,
Não trazes em teu ventre de mãe das trevas
Nefastos presságios, nem a cruel solitude
Que tanto enegrecem a álgida madrugada
E tanto inquieta a mente dos insones!
Sou teu anjo notívago de asas quebradas
Do teu céu , decaído, pássaro noturno.
Vivo de andar pelas tuas calçadas desnudas
Cortantes, silentes de vida,
Inundadas de abandono
De desilusões, desamores e anjos soturnos.
Oh, noite, útero dos amantes lascivos,
 Para a minha glória e eterno êxtase,
Vivo em ti e para ti,
Mãe de todos os vícios!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Anjo 

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