Oh,
noite, mãe de todas as solidões
E
de todos os silêncios
Irmã
das sombras
Filha
do medo, vem, inclemente,
Cubra-me
com seu vasto manto
De
lua, estrelas e sonhos
(tenho
medo da escuridão!).
Oh,
vinde a mim, noite implacável, mas,
Não
trazes em teu ventre de mãe das trevas
Nefastos
presságios, nem a cruel solitude
Que
tanto enegrecem a álgida madrugada
E
tanto inquieta a mente dos insones!
Sou
teu anjo notívago de asas quebradas
Do
teu céu , decaído, pássaro noturno.
Vivo
de andar pelas tuas calçadas desnudas
Cortantes,
silentes de vida,
Inundadas
de abandono
De
desilusões, desamores e anjos soturnos.
Oh,
noite, útero dos amantes lascivos,
Para a minha glória e eterno êxtase,
Vivo
em ti e para ti,
Mãe de todos os vícios!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Anjo
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