domingo, 2 de fevereiro de 2014

POEMA Nº 199 - UM ADEUS SEM DESPEDIDAS I

Não houve adeus nem despedidas
tampouco chegadas e partidas.
Pássaro sem ninho sem rota
sempre em fuga e nem nota.
Não houve  um talvez, um até breve
Calaram-se as palavras, cansaram-se.
Nem fala nem escreve.
Sentimentos em desalinho
- tão dúbios os teus!
Passos em extravios, pedras no caminho.
Sequer uma lágrima, um adeus
Sequer um olhar (nos meus)
Sequer dúvidas; infindas, as minhas...
Vinho avinagrado este nosso amor
Cálice quebrado rasgando a pele da alma
Feito fumaça que se esvai
 (este nosso amor de mim não sai)
Num horizonte que não mais se alcança
meu olhar se encurtou
- nascem as deslembranças
(o que restou?)
Nem dança nem contradança
Efemeridades de um amor
Perdido num tempo findo
Que a distância arrebatou
Tão vãs tuas promessas - Espumas...
o mar abocanhou!



Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Anjo 21

Um comentário:

  1. Perfeito, hoje me sinto assim, cansada, palavras caladas só o gosto avinagrado do belo amor outrora doce e ardente.

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante para mim! Obrigada por comentar!