quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

POEMA 209 - O BARRO AO BARRO RETORNA...

No final de toda perambulagem somos
Raízes. Germinações na carne (e da carne).
Somos pastos. Água, terra e líquens.
- o barro retorna ao barro –
Detritos pútridos, brotamos flores,
Frutos, seivas, raízes.
Alimentos para bichos somos...
Doamo-nos (involuntariamente)
A mãe-natureza.
Repositórios de destroços sucumbidos
Aos pés do Senhor Cronos
Ente implacável e tirano
Dono de todas as portas e de todas as janelas...
(e das suas fechaduras, chaves, trancas e tramelas).
Somos o que fomos nas linhas da vida
(As vezes, soberbos. Outras, tolos).
E terminamos sementes e flores e frutos e caules e raízes,
Pasto farto ao banquete lauto
Dos execráveis comensais
Que tanto nos adoram!
- ao final, o barro sempre viceja no barro –
Inexoravelmente,
Somos barro!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet

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