Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
Poeta: Florbela Espanca
Imagem: Internet
Arquivo: Mulher 034
Imagem: Internet
Arquivo: Mulher 034
Minha amiga,Florbela Espanca,nossa,as metáforas,como começar?Pelo uso do advérbio de tempo,à tardinha,a hora dos cansaços/a noite avança mansa,a tardinha s despede,os braços ,os passos que se aproximam,os teus risos d fontes,parecem chafaris,onde a água aspergida é a mesma,retorna à fonte,mas,mesmo a mesma,retorna,como o objeto amado.o adjetivo absoluto sintético,dulcíssimas,mais q doces,posso sentir-me com o gosto da doçura,de seda vermelha,carnal,a visualização do desejo,um cravo ao sol a minha boca,o cravo em si não é belo,à luz solar,torna-se um rei,e os meus braços,assim como o cravo q s expande,se estendem para ti...a noite avança,e,com ela,o desejo e o amor concretizado.Que escolha,tão comovente...lindo,obrigada,um presente q enterramos na pele.
ResponderExcluirNina Sayeg, querida amiga (sim, já és uma querida!)... o que posso dizer para responder-te... que estou encantada com o teu modo poético e singular de "avaliar" escritos? Que eu já me apaixonei por este teu jeito apaixonante de se chegar e se aninhar no colo das palavras? Isto e muito mais! És apaixonante, garota! Sagro-me tua amiga! Beijos em tua alma linda!
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