Que me chegue mais um novembro
me brinde com sol e mar
e banhe de lua
esse meu estilo impreciso
esse meu gosto incoerente
pelo moderno e antigo
Paulista e Estação da Luz
esse desejo ardente
por almas, corpos e cicatrizes.
Que me chegue esse novembro
sem mais empalidecer meus dias
banhe em doce perfume
esse meu querer preciso
esse meu desejo indecente
por você e por um outro
com mesma ostentada opulência
e consuma-me em nuvens
sem rumos ou diretrizes
Acolho-te meu novembro
pois minha alma errante
não sabe andar na linha
meu coração diamante
cansou-se de não caber num quarto
tanto traçado preciso
em tantos passos incertos
obediência e rebeldia
vivem em meus matizes
Venha meu novembro
banhar em verso
essa mulher estranha
movediça, escorregadia
voz que não grita
e já não canta
decomponha minhas defesas
e faça-me forte
desde as raízes.
Autoria: Noádia Mendonça
Imagem: Internet
Arquivo: Mulheres 70
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