quarta-feira, 15 de abril de 2015

POEMA Nº 230 - DESALENTO

Doces palavras recolhidas 
no silêncio dos teus olhos
quando em mim estavas...
Olhos de prismas, desvairados,
parindo palavras não ditas
na orquestra dos teus lábios - lindos e mudos.
Olhos que se transmudavam em cristais
derramados na madrugada
rasgando em frêmitos e desejos e saudades,
o meu corpo - perpassando a minha alma...
Que me trazes mais senão o vazio dos dias infindos
e o fel das noites envoltas em desalento
reverberando lembranças partidas
sobre as calçadas de pedras lúgubres
dos becos sombrios
no labirinto em que se perdeu o meu eu?
Desgarrada da tua, em desespero
a alma - clama por ti.
Perdeste-te de mim, no silêncio destes teus olhos
onde não mais refletem quasares
nas madrugadas das nossas eternas entregas.


Lavínia Andrill
Imagem: Internet

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