domingo, 24 de novembro de 2013

TEXTO Nº 005 - VIVENDO NA INÉRCIA DE UMA VIDA SEM SENTIDO...

Acordo. Abro os olhos... Espreito os vãos do meu quarto. Descubro-me viva. Mais uma vez. Preguiça de sair da cama. Levanto-me. Miro o outro lado. Corro e me atiro nele. Aos pés da cama. Corpo pesado não quer se mover. Travesseiro me chama. Abraço-o. Devaneio...  Começo a sonhar (de novo). Não quero (não posso) não devo continuar nesta impotência que me idiotiza e me leva à beira do despenhadeiro. Meu ser enche-se de brumas numa anátema impossível de se evitar. Vivo à margem do compreensível. Como um abanto, falta-me forças para reagir aos débeis comandos da minha mente que, em desespero, tenta tirar-me deste estado ablastêmico! Esforço-me e abro os olhos languescidos. Tento vencer a inércia que de mim se apodera. Letargia. Mais uma vez, viro-me. Reviro-me. Tamanha indolência. Tento raciocinar: que dia é hoje? 25. De que? Hã? De setembro. Que horas? Dez e meia (perdi-me no tempo). Preciso me levantar... Quanto esforço! Acorde! Levante! É uma ordem. Cabeça não obedece, se enfurece, olha o travesseiro que chama... Levantar para que? Nada a fazer! Mais um dia igual a todos os outros. Simplesmente, vegeto. Merda de vida! Olho o teto do meu quarto... quedo-me, a espera do passar das horas...


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasias 111

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