Desnuda
minha alma, com cada beijo,
Não
a deixes angustiada, e sozinha
Percorre
suas partes ainda dispersas.
Alma
que descobres em cada pétala,
De
um lírio, uma violeta, ou uma Amapola,
Não
a deixes entristecida e desolada.
Desnuda
minha alma, vaga e inquieta
Bordeando
a espuma da onda,
Adormecida
docemente no mel de teu perfume.
Alma
que aflora sobre as gretas,
No
penhasco sob o mar profundo.
Esculpe
devagar, com suaves pinceladas.
Desnuda
minha alma com teu olhar,
Embalsama
meu coração com teu perfume,
Rega
com teu cálido sangue.
Desnuda
minha alma ao chegar a primavera,
Detém
o inverno, que o verão ainda demora,
Enquanto
o outono cobre com suas folhas
Os
campos.
Alma
que como espuma se dissolve...
As
tristezas em sua efervescência galopam.
Deixa
que a primavera nos descubra.
Desnuda
minha alma, deixa voar as borboletas,
Em
liberdade, em silencio,
Sem
determinar sua metamorfose,
Simplesmente,
sem medidas sobre as coisas.
Alma
que habita em teu perfume,
Suspiros
ao vento, cada dia elevas,
Descortinar
teu charme no andar, sua elegância.
Desnuda
minha alma, nada temas, tudo obterás,
Não
se distancie do amor, nem o negue,
Nesse
abandono de amar, se entregue,
Alma alcança na
incerteza, a alegria.
Tocar o céu com o seu toque,
Na disparidade, no intervalo, na
discrepância.
Desnuda minha alma pois nela
habitas,
Criando furacões, vendavais e
tempestades.
Vai parar de sangrar,
se ainda deliras,
Porque
o barco sai sem esperar.
Desnuda a minha alma,
Autoria: Dagny Marisol Meza Cartier (Tradução Mário Faccioni)
Imagem: Internet
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