De tanto ficar só, de tanto ser só,
Ando achando a tristeza algo natural.
Lá fora o sol brilha com uma intensidade
sem par.
Mas aqui dentro é só negrume,
A tristeza se apoderou dos meus
sentidos...
Meus olhos são tristes já perderam o
lume,
Mesmo com as lágrimas que teimam em
brotar.
Ainda existem lágrimas em meus olhos...
Lágrimas que ardem... que queimam...
Minha boca murcha e seca engole vazios
Que atingem a minha alma
Cavando
profundos abismos difíceis de transpor.
Meus braços já não coordenam as minhas
mãos
Que insistem em quedar-se, inertes.
E impotente sigo nesta insensatez,
Entregue a lassidão que de mim se
apoderou
Só por que sou só...
E este aperto no peito,
Esta saudade de algo que não vivi em um
tempo que já existiu
Só não sei quando, nem onde, nem como...
E por que ele se foi sem eu ter deixado registradas
As minhas marcas.
E por que ele se foi sem eu ter deixado registradas
As minhas marcas.
Esta vontade demesurada de viver coisas
Que me trouxessem a paixão perdida no
limbo do que não houve.
Quero a vida que pulsa lá fora,
Que se manifesta nos raios do sol...
Mas a cortina densa da tristeza
Que de mim se apossou não deixa os raios
passarem
E a alegria não vem...
Em seu lugar vêm as lágrimas que,
teimosamente,
Rolam sobre o meu rosto.
O meu rosto é uma máscara triste
Onde cada sulco, cada marca, cada ruga,
Traduzem o meu desalento, o meu
desencanto... o meu penar...
O que posso fazer se os meus horizontes
estão curtos e incertos...
Meus pensamentos rolam em desalinhos,
Desgovernados pelas ladeiras da maldita
solidão
Que de mim fez escrava.
Entrego-me aniquilada nesta ciranda insana
Como a imolar-me em um sacrifício
inócuo... medíocre...
Tentei de novo me curar da dor da solidão
E me perdi pelos atalhos do meu coração.
Então cantei a poesia num sofrer sem fim,
Pois que, a solidão, tornou-se dona de mim!
Pois que, a solidão, tornou-se dona de mim!
Se há motivos para a solidão
E o desalento sonhar,
No refúgio do meu sentimento
Desencanta a
saudade que ficou no ar.
Ah! Maldita solidão,
Não a quero como companheira!
Não a quero como companheira!
Ei, alma prisioneira
Queimando imensa fogueira,
Queimando imensa fogueira,
No inferno da solidão...
Deixa em paz o meu coração!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 110
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