sábado, 26 de outubro de 2013

POEMA Nº 136 - TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.



Autoria: Vinícius de Moraes
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia 106

Um comentário:

  1. Poema tremendo. Que bela maneira de expressar sentimentos. Eu gosto do seu blog e que você escreve. Eu tenho um prêmio para o seu blog. Quando você tiver tempo, vir e levá-lo.
    Saludes

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