quarta-feira, 16 de outubro de 2013

POEMA Nº 135 - MINHAS MÁSCARAS, MEUS DISFARCES.

Cada célula do corpo
Pulsa a sabedoria dos ancestrais.
A semente do divino e a síntese do profano
Uno em duo. Duo em uno.
Isto me faz guerreira. Mas, as vezes caio.
Tatuados na pele todos as máscaras e disfarces.
Minhas defesas.
Escondem da noite breu e dos dias gris
A minha verdadeira face. Perdida em
Encantamentos de fadas e cantos de querubins.
O despertar em arrebóis e o deitar em róseos crepúsculos
Entorpecem meus olhos em flavescentes ondas
Embevecidos de esperanças e quimeras
Num pertencimento de mim!
Para onde foram estes dias?
Perderam-se. Enfim,
Sou andarilha.
Vivo catando fiapos de lua
Resquícios de primavera
Restos de sóis.
Engolindo com a boca do mundo
As pedras da estrada,
Feito embarcação correndo atrás de ventos
Deslizando sobre severas ondas
(buscando o cortar macio...).
Mas,
Aprendi a acalantar a paciência
E fazer dela minha constante companheira...
Meus olhos já não se perdem nos vazios
Dos amanhãs sem cores,
Experenciando perplexidades de uma vida obtusa.
Parindo espantos e quebrantos
Do absurdo em que mergulharam os meus lúgubres dias.
Abandonaram-me todos os meus anjos
Cansados das mesmices do que me tornei.
Mas,
Sou forte. Sou Kali. Aprendi a devorar meus demônios.
Nas artérias, ainda vibra o rubro sangue
E, o coração a cantar, com fomes e sem descansos
Louva a esperança
Clama pelo porvir
Que teima em se esconder
Mas, há de vir!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Fantasia Sufismo



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