Mas,
se vivo de ruminar ausências...
é por que não alcanço as distâncias
(multifurcaram-se sob meus olhos)
que os teus passos traçaram
nas dobras do meu destino
Em desalinhos com o teu.
Perdi-me de ti.
Minhas mãos, atadas,
suas estradas apagadas ...
- não as tenho no mapa que a cigana leu -
A cigana me disse que distâncias
são chuvas que engolem fagulhas
e apagam na areia os rastros
que se fizeram em ausências
de silêncios e despetalamentos.
(Teu anjo de
asas cansadas
não te procura mais).
Ausências, distâncias, silêncios,
perderam-se no grito
que a garganta esqueceu-se de gemer.
São tantos os desalinhos!
Do todo, sobrou-se o nada.
Machuca. Mas, passa.
Destinos em descaminhos,
o que restou?
(Tanto desencanto e quebranto,
conquanto, espanto o pranto!)
Só!
Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Arquivo: Anjo 50
Bela poetisa, belíssimo Poema! Este bateu fundo em mim. Um anjo de asas cansadas... chuvas que engolem fagulhas...o grito que a garganta esqueceu-se de gemer... Inspirações na bela mente, desta bela poetisa. Forte. Lírica. Parabéns! Encantado!
ResponderExcluirPoetisa você domina bem a arte de "costurar" frases com lirismo e sentimento profundo. Ótimo poema.
ResponderExcluirQuero que você continue a "ruminar" belos poemas como este. Muito bom!
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