O deus de mil faces, espreita-me,
nas ruelas e becos das minhas andanças
e cobra seu dízimo, inclemente.
O deus de mil faces
não me ama. Sou rês desgarrada, amaldiçoada.
Na sua teia, acorrentada!
O deus de mil faces
me despreza, me odeia.
Joga-me à sorte de um pressago destino
e não me perdoa as vidas pregressas
de tantas idas e voltas. Incertas.
Não me perdoa os vis pecados, os vícios abjetos, os desejos
profanos
que tanto aprazem a minha alma lasciva-mundana!
O deus de mil faces
traz tormentos a minha alma
Nega-me o éden
condena-me ao inferno.
E não me salva!
Mas, não me importa! Rendo-me a ele.
Sou sua escrava
eterna. Por eras e eras.
O deus de mil faces
não tem olhos, não tem ouvidos, não tem coração...
Não tem face.
E nem me ama.
Autora: Lavínia Andrill
Imagem: Internet
Querida Lavínia Andrill ler estes poemas é viajar ao teu lado e conhecer um caminho marcado tanto pelo viés poético que tens na alma como nuances íntimas que surgem na margem obscura deste caminho a qual nos convida a conhecer. Fico feliz com esta tua realização pessoal. Parabéns!
ResponderExcluirRobert, és um amigo muito querido, pois, me presenteias com tantas belas palavras! Meu coração poético te agradece! Seja bem-vindo ao meu mundo!
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