sábado, 16 de julho de 2016

POEMA 251 - TEMPO DE ESTIO

O léxico, de mim se esconde.
Estranha-me, não me decifra
neste labirinto em que se perderam-me
as ideias... abstratas, fluidas,
tal qual, água teimosa a escorrer-me
pelos dedos frouxos
nas desoras irresolutas
a esconder-se no desvão
deste meu desassossego!
Em torno de mim bailam as palavras
tal gitana louca a rodopiar em desvarios,
dispersas pelo vendaval
que assombra a minha mente: útero infecundo!
Nenhuma sílaba! O verbo não se mostra!
Tempo de estio! Recolho-me em meus vazios.


Autoria: Lavínia Andrill
Tela: Jeong Hae-Kwang


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