sábado, 19 de abril de 2014

POEMA Nº 217 - PÁSSAROS CEGOS

Sim, poeta Lorca! Somos qual pássaro cego
Pelo breu da noite licorosa
Que nos escorrega olhos a dentro.
No ventre da noite agonizam sonhos e gorjeios
Dos pássaros feridos sem amanhãs.
Sou um pássaro caído do ninho derrubado...
Senhor Deus dos desesperados
Não chegam a Vós os lamentos
Deste pássaro cego, de asas quebradas?
É um brotar de desesperanças
Arrancando a ínfima lucidez
Canto banto e tímido.
Geme o mundo, ardem as quimeras,
Choram os filhos de Gaia
Salvação, não há. Nem fim, esta tormenta.
Apenas flores despetaladas
No colo do mundo.
Pisadas.
Pássaros cegos, pássaros mudos...
Já não mais gorjeiam.
Apenas voam
Sem destinos
Sem manhãs.
Vida breu!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet

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