sábado, 19 de abril de 2014

POEMA Nº 219 - NOITE SEM ALMA... NOITE FRIA.


Um vento trêmulo e frio acaricia
o denso manto da noite
expondo-me a seus mistérios e seus temores.
O brotar do verbo das entranhas
estranhas da noite em agonia
estremece a terra úmida e fria
desta noite sem alma
incalma e nua.
Um manso grito, um triste lamento,
deflora os lábios do pensamento
e vence a inércia lingual
e explode em grunhidos
violando os ouvidos do silêncio noturno
e se perde no breu da noite inerte e fria.
 O verbo estremece,
a carne esvaece!
É o lamento da minha alma insana
na solidão em que se mergulhou, em
letárgica agonia!
Sinto na carne trêmula e faminta
o chamado do pecado...
Noite sem alma... noite fria.
O pecado me chama.
Noite sem alma... noite fria.
Alma vazia!


Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet

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