domingo, 16 de outubro de 2016

POEMA 260 - ESTRANHA ALQUIMIA

Tal veste que adorna um corpo
assim é o teu em mim.
Tatuagem que não se remove.
Em arroubos de uma paixão desvairada
torno-me porto. Tu, embarcação, em mim atracada
afluindo teus desejos aos meus
sempre tão incontidos!
Subverto-me a ti em uma estranha alquimia...
Guardião dos meus quereres
Sacerdote da minha alma
Como não atender ao teu chamado?
A danação dos teus quereres desvairados
A taça pervertida que me solves
garganta abaixo e domina todo o corpo
e me provoca em êxtases,
enlouquecendo a minha alma... como recusá-la?
Tão fácil se espalham as chamas...
Nosso pacto de sangue ainda dói em nossos pulsos
Juramentos. Entregas infinitas. Transubstanciação.
Coisa louca, esta paixão!
Fogo líquido a escorrer-me pela alma e pelas pernas
Não queima. Alivia meus ardores.
Alivia... apenas!
Numa estranha alquimia!



Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet

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