domingo, 28 de fevereiro de 2016

POEMA 241 - INSACIABILIDADES

Arrastam-me  à sarjeta
cegas paixões, gozos ninfômanos...
- Quão belas e sedutoras são as sarjetas -
Mais fortes que minhas crenças pagãs!
Posto que, de há muito de mim,
desfez-se Deus ...
Nem mesmo ele (se existisse!)
Far-me-ia desvencilhar-me
do bem maior:
O gozo desmedido!
Nas linhas da minha mão está escrito:
"a sarjeta é teu lugar,
mulher de vícios e pecados
que fazes do gozo desvairado
teu deus maior".
Puta, entre bêbados, poetas. loucos e boemia,
Vivo a minha maldita vida,
Em afrodisia,
Pelos becos e tropeços
Onde se consagra
O pecado da luxúria - a deusa do meu destino!
Na toca do Lobo
que grita esfomeado
num tormento de fome e sede
- de carne, de sangue -
Eu o sacio!
Prazeres e agonias
Em gozo absurdo
êxtase profano e profundo,
meu corpo, meu deleite, minha poesia!
Sou  da noite, dama-rainha - Puta!
Em absoluta primazia.
Minha religião: Afrodisia,
Meu deus: Pecado!
Minha vida: Sexo!
Meu mundo: Poesia!
Assim vivo. Assim sigo
Escolhi a sarjeta.
Por opção e vocação, sou Puta!
E nada, nem o teu Deus, 
Me arranca deste meu doce inferno!



Autoria: Lavínia Andrill
Imagem: Internet

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