terça-feira, 4 de março de 2014

POEMA No. 213 - A LÍNGUA DA NOITE...

Não! Eu hoje não acenderei as luzes de minha casa. E pedirei aos meus concidadãos que façam o mesmo! Nenhum lustre, nenhuma lâmpada, nenhum abajur, nenhum farol. Nem mesmo um candeeiro! Um “fifó” sequer hoje. Mandarei um ofício aos homens da administração municipal para que determinem não ser aceso nenhum poste. Não! Deixem vir a noite! Deixem que eu escute a voz de sua escuridão! Farei um silêncio de luzes para que sobre nós o mais completo negrume se pronuncie em sua língua de abismos insondáveis. Para que eu ouça sua fala entrecortada por brilhos de estrelas mortas. E para que entre uma frase e outra surja suspenso o luar como um pensamento que se tem antes de dizer algo... É preciso aprender a falar a língua da noite para dialogar com as nossas sombras!


Autoria : Jarbas Bittencourt
Imagem: Internet

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