domingo, 15 de maio de 2016

POEMA 246 - MORDAÇA

E esta mordaça que ata machuca e apaga
o grito que não se solta.
E provoca os sentidos
Ensandecidos. Incontidos.
Mas, a palavra não aborta
o verbo desejado, buscado.
Não encontrado.
A mordaça, ata.
Mas, a alma rebela e no peito um grito,
rouco, insano, debate.
Não se solta.
Explode
pelos poros e dedos e unhas e dentes.
Não encontra eco nem sentido nem verdade
porque a mordaça não desata.
À  garganta, retorna o grito.
Retorna e morre... lentamente.
E entrega-se ao vácuo
de um coração
que já não se mostra.


Autora: LavíniaAndrill
Tela: Viktor Sheleg

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