quarta-feira, 15 de maio de 2019

280 - POESIA E SENSIBILIDADES


Há uma elegância sutil em cada verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. É como degustar um saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, mas, Poesia não é para todos. Apenas alguns eleitos tem a sensibilidade para absorvê-la em toda a sua essência. De extrair de cada verbo, de cada substantivo, de toda palavra, de cada ponto de exclamação, significados que aos olhos dos desapercebidos são insignificantes; passam-lhes  despercebidos. É absorver cada vírgula como se absorvesse o ar que se respira... É ver em cada reticência um caminho invisível que se estende aos olhos para além do entendimento. Poesia não é para todos, não! Oh, não! Requer sensibilidades e uma certa sofisticação (linguística- desculpem-me, mas, os poetas são assim: soberbos). É ver além das traves (e das trevas) dos olhos comuns. Poesia é coisa de Poeta (este ser cem por cento sonhador que verseja em tudo!). O Poeta que escreve e o Poeta que o lê. O Poeta que escreve em êxtase e o Poeta que o lê em alinho! Ambos, Poetas! Portanto, amigos, poesia é para aqueles que trazem gravadas a ferro e fogo na alma, uma dose imensa de desassossego e uma incompreensível tristeza que gosta de se mostrar com cara de alegria... Sim! A poesia é para uns poucos! Poesia é para aqueles que renunciaram a sanidade dos comuns. Sim, poesia é coisa de loucos! Ou de soberbos (como eu). 17.12.13



Imagem: Revista ESTANTE - FNAC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito importante para mim! Obrigada por comentar!