segunda-feira, 15 de março de 2021

 POEMA 283 - O POETA E A SUA CRIA


Há uma elegância sutil em cada verso parido das entrahas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de subterfúgios, nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa! Versejar ou degustar a Poesia, como um orgasmo inesquecível! É como solver um primoroso vinho a escorrer, deliciosamente, pela boca! Ou, entre os seios da amante desejada! Ou, o saboreio de ostras cruas com limão e molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me a soberba, mas, Poesia não é para todos! Apenas alguns eleitos tem o dom e a sensibilidade para absorvê-la em toda a sua essência. De extrair de cada verso, de cada substantivo, de toda palavra, de cada ponto de exclamação, significados que aos olhos dos comuns são insignificantes; passam-lhes despercebidos. É absorver cada vírgula como se absorvesse o ar que se respira... É ver em cada reticência um caminho invisível que se estende aos olhos, para além do entendimento. Poesia não é para qualquer um, não! Oh, não! Requer sensibilidades e uma certa sofisticação linguística - desculpem-me, mas, os Poetas são assim: SOBERBOS! É ver além das traves (e das trevas) dos olhos comuns! Poesia é coisa de Poeta "este ser cem por cento sonhador, que verseja em tudo!" O Poeta que verseja em êxtase e o Poeta que o lê em alinho! Ambos, Poetas! Portanto, amigos, Poesia é para aqueles que trazem gravadas na alma,  a ferro e fogo, uma dose imensa de desassossego e uma incompreensível tristeza, que gosta de se mostrar com cara de alegria... Sim!  A Poesia é para uns poucos! Poesia é para aqueles que renunciam á sanidade dos comuns. Sim! Poesia é coisa de loucos! De gente doidivana. Ou, de soberbos. Como eu!



Foto: EU!

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