Há uma elegância sutil em cada
verso parido das entranhas em brasas de um Poeta, pois, o poetizar não carece de
subterfúgios nem pudores... Poesia tem que ser prazerosa. É como degustar um
saboroso vinho a escorrer deliciosamente pela boca. Ou ostras cruas com limão e
molho lambão (bem baiano!). Desculpem-me, mas, Poesia não é para todos. Apenas
alguns eleitos tem a sensibilidade para absorvê-la em toda a sua essência. De
extrair de cada verbo, de cada substantivo, de toda palavra, de cada ponto de
exclamação, significados que aos olhos dos desapercebidos são insignificantes; passam-lhes
despercebidos. É absorver cada vírgula
como se absorvesse o ar que se respira... É ver em cada reticência um caminho
invisível que se estende aos olhos para além do entendimento. Poesia não é para
todos, não! Oh, não! Requer sensibilidades e uma certa sofisticação
(linguística- desculpem-me, mas, os poetas são assim: soberbos). É ver além das
traves (e das trevas) dos olhos comuns. Poesia é coisa de Poeta (este ser cem
por cento sonhador que verseja em tudo!). O Poeta que escreve e o Poeta que o
lê. O Poeta que escreve em êxtase e o Poeta que o lê em alinho! Ambos, Poetas!
Portanto, amigos, poesia é para aqueles que trazem gravadas a ferro e fogo na
alma, uma dose imensa de desassossego e uma incompreensível tristeza que gosta
de se mostrar com cara de alegria... Sim! A poesia é para uns poucos! Poesia é
para aqueles que renunciaram a sanidade dos comuns. Sim, poesia é coisa de
loucos! Ou de soberbos (como eu). 17.12.13
Imagem: Revista ESTANTE - FNAC
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para mim! Obrigada por comentar!